O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e se seu filho, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), receberão o título de cidadão de Catanduva, no interior de São Paulo. O decreto que pedia a homenagem, de 29 de fevereiro deste ano, foi assinado por 12, dos 13 vereadores, da Câmara Municipal local. Entre eles, o presidente da casa legislativa, o vereador Marquinhos Ferreira, que é do PT.
A única parlamentar a não assinar o decreto foi a vereadora Taise Braz, também do PT. "Desde o momento em que vi fui a única vereadora a não assinar o pedido. Imaginei, obviamente que os títulos em homenagem à família Bolsonaro seriam aprovados, com a minha anuência ou não", explicou a parlamentar, em entrevista ao Brasil de Fato.
No dia 5 de março, após assinar o pedido de homenagem, Marquinhos Ferreira levou o texto à votação no plenário da casa legislativa. A honraria foi aprovada com 11 votos favoráveis.
Taise Braz abandonou a sessão e não votou. O presidente da Câmara Municipal, que só vota em caso de empate, não se manifestou. A homenagem a Jair e Eduardo Bolsonaro ainda não tem data para ser entregue e depende de agenda da dupla.
Ao Brasil de Fato, Marquinhos Ferreira afirmou que é "presidente da Câmara e não do partido". "A assinatura não tem validade, o que importa é a votação e foi aprovado no plenário, por unanimidade", explicou o presidente da Câmara Municipal de Catanduva.
De acordo com Braz, "a concessão dessa honraria não é algo que impacta positivamente a vida da população local". A parlamentar passou a ser criticada e atacada nas redes sociais e nas ruas de Catanduva.
"Assim como Bolsonaro não soube respeitar a democracia atacando as instituições democráticas, muita gente ainda está contaminada por esse jeito de fazer política no Brasil e em Catanduva", lamenta Braz. "Não me surpreende mas também não me intimida, me sinto fortalecida para enfrentar a trincheira da política, respeitando a todos e nunca baixando a cabeça, porque sei quem estou representando."
Edição: Matheus Alves de Almeida