As centrais sindicais Confederação Geral do Trabalho (CGT) e Central dos Trabalhadores da Argentina (CTA) marcharão no próximo dia 24 de março - data do golpe que deu início à ditadura militar no país entre 1976 e 1983 - ao lado das Avós e Mães da Praça de Maio, bem como outras organizações de direitos humanos, sociais e políticas. A expectativa é que seja uma mobilização de grande proporção.
A organização de defesa dos direitos humanos Avós e as Mães da Praça de Maio desempenhou papel crucial na Argentina em busca por justiça e defesa dos direitos das vítimas da ditadura militar. Fundada em 1977, a organização é composta por mães, que posteriormente se tornaram avós, e buscavam informações sobre seus filhos desaparecidos durante a ditadura militar argentina (1976-1983). Elas se reuniam na Praça de Maio, em Buenos Aires, todas as quintas-feiras, vestindo lenços brancos na cabeça como símbolo de sua luta.
Na sede da rua Azopardo, a cúpula da CGT compartilhou o palco com a presidente das Avós da Praça de Maio, Estela de Carlotto; a integrante das Mães da Praça de Maio - e fundadora, Taty Almeida; e o vencedor do Prêmio Nobel da Paz, Adolfo Pérez Esquivel, no anúncio desta convocação para o Dia da Memória, Verdade e Justiça.
“Em nome da Mesa de Organismos de Direitos Humanos e das Mães fundadoras, este 24 de março deve ser algo muito especial, baseado na memória dos nossos 30 mil detidos desaparecidos. Hoje, mais do que nunca, precisamos lembrá-los diante dos negacionistas deste governo”, Taty Almeida expressou, conforme publicado pela agência de notícias Somos Télam.
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No mesmo sentido, Estela de Carlotto afirmou: “Precisamos dar as mãos, mesmo que tenhamos diferentes opiniões. O povo argentino é bom, mas está adormecido, resignado. Todos têm o direito de comer, ter um lar, não passar frio à noite, sentir amor pelo próximo. Por isso, neste 24 de março, vamos homenagear a pátria, nossos heróis e dizer ‘Nunca Mais’’.
O secretário-geral da CGT, Héctor Daer, destacou que “este dia 24 nos convoca porque é a mesma convocação que fizemos durante a ditadura para restaurar a democracia".
“Não podemos nos enganar. Estela (de Carlotto) e Adolfo (Pérez Esquivel) colocaram isso. Certamente, as nuances são significativas, mas não são relevantes para aqueles que querem destruir o estado”, afirmou Daer, acrescentando: “Não importa a qual partido ou setor pertençam, não devemos nos encolher, devemos nos expandir, porque o que está em jogo é muito importante”.