CONTRA A FOME

Polícia argentina reprime manifestações contra medidas de Milei em Buenos Aires

Piquetes bloquearam 500 pontos na Grande Buenos Aires exigindo volta de ajuda contra a fome

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A polícia reprimindo os protestos nesta segunda-feira em Buenos Aires - AFP

A polícia de Buenos Aires, na Argentina, reprimiu nesta segunda-feira (18) os manifestantes mobilizados contra os cortes e políticas de Javier Milei, em meio a slogans de protesto como ‘A fome é o limite’. 

Diversos movimentos populares e organizações sociais e políticas da Argentina foram reprimidos após uma mobilização pacífica em busca, entre outras reivindicações, de assistência alimentar para refeitórios e mercearias comunitárias. 

A violência das forças policiais se agravou na Ponte Pueyrredón, em Avellaneda, na Grande Buenos Aires. De acordo com o Página 12, o primeiro enfrentamento ocorreu na Ponte Saavedra, onde os agentes da cidade avançaram com a infantaria e um carro de água contra os manifestantes que permaneciam pacificamente na fronteira entre a grande Buenos Aires e a capital. Pouco depois, forças de sergurança reprimiram manifestantes em Puente Pueyrredón. Após ambas as repressões, pessoas ficaram feridas. 

“Estamos aqui porque precisamos de comida, as pessoas estão comendo cada vez menos”, disseram na manifestação, cujo protesto visava denunciar os cortes do governo em programas sociais como o Potenciar Trabajo, cuja eliminação foi anunciada em março pelo Ministério de Capital Humano. 

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O ato desta segunda, chamado de Piquete Nacional inclui 500 bloqueios e manifestações programadas em toda a Argentina, nos 100 dias desde a posse do governo, que paralisou o fornecimento de alimentos para mais de 45 mil refeitórios populares em todo o país, para onde vão às famílias que não conseguem sobreviver. 

Por sua vez, o secretário-geral da União de Trabalhadores e Trabalhadoras da Economia Popular (UTEP), Alejandro Gramajo, ao convocar a mobilização, enfatizou que “existem milhões de famílias que não conseguem comer uma vez por dia. Estamos enfrentando uma crise humanitária em termos alimentares, e o governo precisa rever a decisão de parar de financiar refeitórios e mercearias. Também decidiu não financiar as unidades produtivas da economia popular e reduzir os rendimentos dos trabalhadores e trabalhadoras da economia popular”. 

Entre as organizações que participam das manifestações, o meio de comunicação Tiempo Argentino destacou, além da União de Trabalhadores e Trabalhadoras da Economia Popular (UTEP), a Unidade Piqueteira (UP), o Frente de Luta Piqueteiro, o Frente de Organizações em Luta (FOL), o Bloco Piqueteiro Nacional, o Bloco de Organizações em Luta e a organização comunitária A Poderosa, entre outras. 

Para essas organizações sociais, “os cortes nos alimentos para os refeitórios são implementados em nome de um ataque aos intermediários” e “uma economia fiscal para garantir o pagamento da dívida externa e os negócios capitalistas”.