A polícia de Buenos Aires, na Argentina, reprimiu nesta segunda-feira (18) os manifestantes mobilizados contra os cortes e políticas de Javier Milei, em meio a slogans de protesto como ‘A fome é o limite’.
Diversos movimentos populares e organizações sociais e políticas da Argentina foram reprimidos após uma mobilização pacífica em busca, entre outras reivindicações, de assistência alimentar para refeitórios e mercearias comunitárias.
A violência das forças policiais se agravou na Ponte Pueyrredón, em Avellaneda, na Grande Buenos Aires. De acordo com o Página 12, o primeiro enfrentamento ocorreu na Ponte Saavedra, onde os agentes da cidade avançaram com a infantaria e um carro de água contra os manifestantes que permaneciam pacificamente na fronteira entre a grande Buenos Aires e a capital. Pouco depois, forças de sergurança reprimiram manifestantes em Puente Pueyrredón. Após ambas as repressões, pessoas ficaram feridas.
Jornada de lucha en todo el país frente a la falta absoluta de respuesta del gobierno ante la emergencia alimentaria y el ajuste a la economía popular.
— UTEP (@UTEPoficial) March 18, 2024
Intentamos todos los canales posibles para dar solución a temas urgentes y la única respuesta que tenemos es la represión. pic.twitter.com/jMgwOQyJkY
“Estamos aqui porque precisamos de comida, as pessoas estão comendo cada vez menos”, disseram na manifestação, cujo protesto visava denunciar os cortes do governo em programas sociais como o Potenciar Trabajo, cuja eliminação foi anunciada em março pelo Ministério de Capital Humano.
:: 'A fome é o limite': União de Trabalhadores da Argentina realiza jornada nacional de luta ::
O ato desta segunda, chamado de Piquete Nacional inclui 500 bloqueios e manifestações programadas em toda a Argentina, nos 100 dias desde a posse do governo, que paralisou o fornecimento de alimentos para mais de 45 mil refeitórios populares em todo o país, para onde vão às famílias que não conseguem sobreviver.
Por sua vez, o secretário-geral da União de Trabalhadores e Trabalhadoras da Economia Popular (UTEP), Alejandro Gramajo, ao convocar a mobilização, enfatizou que “existem milhões de famílias que não conseguem comer uma vez por dia. Estamos enfrentando uma crise humanitária em termos alimentares, e o governo precisa rever a decisão de parar de financiar refeitórios e mercearias. Também decidiu não financiar as unidades produtivas da economia popular e reduzir os rendimentos dos trabalhadores e trabalhadoras da economia popular”.
#AHORA : Fuerzas de seguridad reprimen manifestaciones que reclaman políticas alimentarias para paliar la crisis social. pic.twitter.com/Y1eoS7zprq
— UTEP (@UTEPoficial) March 18, 2024
Entre as organizações que participam das manifestações, o meio de comunicação Tiempo Argentino destacou, além da União de Trabalhadores e Trabalhadoras da Economia Popular (UTEP), a Unidade Piqueteira (UP), o Frente de Luta Piqueteiro, o Frente de Organizações em Luta (FOL), o Bloco Piqueteiro Nacional, o Bloco de Organizações em Luta e a organização comunitária A Poderosa, entre outras.
Para essas organizações sociais, “os cortes nos alimentos para os refeitórios são implementados em nome de um ataque aos intermediários” e “uma economia fiscal para garantir o pagamento da dívida externa e os negócios capitalistas”.