O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) desembarcou na capital da Etiópia, Adis Abeba, onde terá reuniões bilaterais nesta sexta-feira (16) com o primeiro-ministro do país africano, Abiy Ahmed. A agenda prevê ainda a participação de Lula na 37ª Cúpula da União Africana, que acontece entre sábado e domingo (17 e 18) na mesma cidade.
Lula embarcou para a Etiópia nesta quinta-feira (15), depois de deixar o Cairo, capital do Egito, onde, mais cedo, esteve com o presidente do país, Abdel Fattah Al-Sisi. Egito e Etiópia estão entre os cinco países que confirmaram entrada no Brics este ano.
Lula e Ahmed devem discutir temas como a cooperação para o desenvolvimento e a promoção do comércio. Em 2023, o intercâmbio comercial entre os países somou US$ 23,8 milhões (cerca de R$ 120 milhões), e o governo entende que é há um "amplo potencial de crescimento dos fluxos". A aproximação foi ampliada já em dezembro do ano passado, quando uma comitiva empresarial brasileira passou pelo país.
A agenda de Lula na capital etíope prevê ainda a participação, nesta sexta-feira, no evento "Financiamento climático para a agricultura e segurança alimentar: implementação da Declaração de Nairóbi e resultados da COP28". A Declaração citada é a base para uma posição comum dos países africanos sobre a promoção do uso sustentável dos recursos naturais.
Cúpula da União Africana
O presidente brasileiro é convidado - um dos poucos chefes de estado de fora do continente - da Cúpula da União Africana, que acontece sábado e domingo. O governo pretende agendar reuniões bilaterais com chefes de estado de alguns dos países que estarão representados no evento, mas ainda não há confirmação de quais. Um dos objetivos é garantir apoio dos países do continente para a Aliança Global contra a Fome e a Pobreza.
A União Africana estreia este ano como membro efetivo do G20. A entrada foi confirmada na última reunião do grupo, ano passado, na Índia, e teve apoio do Brasil. Além de Lula e dos líderes dos países do continente, o evento deve contar com o presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas; e o secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres.
Discurso na Liga Árabe
Em um dos últimos compromissos antes de deixar o Egito, Lula discursou durante sessão extraordinária dos países da Liga dos Estados Árabes nesta quinta. No encontro, ele voltou a defender o reconhecimento da autonomia do povo palestino e do território do país para garantia de um futuro digno para a população local.
"A posição do Brasil é clara. Não haverá paz enquanto não houver um Estado palestino, dentro de fronteiras mutuamente acordadas e internacionalmente reconhecidas, que incluem a Faixa de Gaza e a Cisjordânia, tendo Jerusalém Oriental como capital. A decisão sobre a existência de um Estado palestino independente foi tomada há 75 anos pelas Nações Unidas. Não há desculpas para impedir o ingresso da Palestina na ONU como membro pleno. A retomada das negociações de paz é uma causa universal. E é a nossa causa", disse Lula.
Edição: Rodrigo Durão Coelho