O presidente da Colômbia, Gustavo Petro, anunciou nesta quinta-feira (29) a suspensão da compra de armas de Israel. A medida foi tomada depois que soldados israelenses dispararam contra palestinos que se reuniram na Cidade de Gaza para receber ajuda humanitária. Mais de cem pessoas morreram.
Petro disse que a ação israelense “se chama genocídio e lembra o Hocausto, mesmo que as potências mundiais não gostem de reconhecer”. O colombiano disse ainda que o mundo deveria “bloquear Netanyahu”. Em sua publicação, o presidente divulgou também o vídeo das Forças Armadas Israelenses disparando contra os palestinos.
"O número de mortos no massacre da rua Al Rashid (onde os alimentos eram distribuídos) é de 104 mortos e 760 feridos", disse o porta-voz do Ministério da Saúde do Hamas, Ashraf Al Qudra. Militares israelenses admitiram o incidente, dizendo que os soldados se sentiram "intimidados" e por isso atiraram.
A medida tem caráter mais simbólico do que prático, já que as trocas comerciais entre os países não são expressivas. Segundo a plataforma de dados de comércio da Organização das Nações Unidas (ONU) Comtrade, Israel exportou cerca de US$ 138,8 milhões em produtos para a Colômbia em 2022. Desses, US$ 283 mil foram de armas, munições e acessórios.
Na segunda-feira (26), o Exército de Libertação Nacional (ELN) emitiu uma nota apoiando a postura do presidente da Colômbia em relação ao massacre em Gaza. Segundo o grupo armado colombiano, as relações diplomáticas entre os países “já deveriam ter sido encerradas”.
As relações diplomáticas entre Colômbia e Israel ficaram estremecidas depois do início dos ataques em Gaza. A Colômbia foi um dos primeiros países a denunciar o que chamou de “genocídio” contra palestinos. Oito dias depois do início dos conflitos entre Israel e o Hamas, Petro disse que “não apoia genocídios” e que poderia romper as relações com Tel Aviv.
No dia seguinte, Israel interrompeu a exportação de produtos de defesa para a Colômbia. A medida foi uma respostas às falas de Petro. A embaixadora colombiana no país chegou a ser convocada para prestar esclarecimentos pelas críticas do chefe do Executivo.
O secretário de Defesa dos EUA, Lloyd Austin, disse nesta quinta-feira que Israel já matou mais de 25 mil mulheres e crianças palestinas desde outubro na Faixa de Gaza.
Edição: Lucas Estanislau