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Ato repudia morte de jornalistas em Gaza e perseguição a profissionais no Brasil

Encontro no Sindicato dos Jornalistas de São Paulo reafirmou a solidariedade ao povo palestino

Brasil de Fato | São Paulo (SP) |
O presidente da Fepal, Ualid Rabah, classificou a situação em Gaza como 'a maior matança de comunicadores da história das guerras convencionais' - Cadu Bazilevski

Foi realizado nesta terça-feira (27), no Sindicato dos Jornalistas de São Paulo, um ato contra o massacre de jornalistas em Gaza. O encontro reuniu representantes de organizações de profissionais de comunicação, partidos e movimentos. Entre as pautas também estavam o cessar-fogo imediato na região e a manifestação de solidariedade a jornalistas brasileiros perseguidos por denunciarem as ações do Estado de Israel, como Breno Altman. 

O presidente do sindicado, Thiago Tanji, lembrou dos profissionais de imprensa que perderam a vida em Gaza. "Denunciamos os jornalistas assassinados pelas forças israelenses. Segundo dados da Federação Internacional de Jornalistas (FIJ), quatro jornalistas israelenses foram mortos até o momento, todos no dia 7 de outubro. Todas as mortes devem ser lamentadas e o assassinato de profissionais da imprensa deve ser repudiado e denunciado, disse.

"Desde outubro, no entanto, pelo menos 96 jornalistas palestinos foram assassinados pelos ataques israelenses, de acordo com os mesmos dados da FIJ. O morticínio sem precedentes na história recente pode ser muito maior, como indicam os números de outras organizações", denunciou.

Tanji também relembrou a importância de usar o auditório Vladimir Herzog – jornalista defensor dos direitos humanos assassinado pela ditadura militar brasileira – para denunciar a situação palestina. "Seria impossível não estar aqui para denunciar em alto e bom som o absurdo, o horror e a tragédia que milhões de palestinos são submetidos em uma verdadeira promoção do genocídio organizada pelo 
Estado de Israel", afirmou.

Para Ualid Rabah, presidente da Federação Árabe Palestina do Brasil (Fepal), classificou a morte de jornalistas em Gaza como "a maior matança de comunicadores da história das guerras convencionais". "A matança de jornalistas não é uma coisa à toa. É porque eles nos deram esse genocídio a ver. Matar jornalistas significa apagar da face da terra as testemunhas privilegiadas de um genocídio quando aqueles que os cometem sentam no banco dos réus", acredita. 

Ele também ressaltou que este é o "primeiro genocídio televisionado da história", que deixará marcas profundas na história da humanidade. "Esse genocídio é o mais obsceno, o mais vergonhoso, o mais dramático, e talvez aquele que deixará sequelas em centenas de milhões, quiçá bilhões de seres humanos, que recebem todos os dias na tela do tablet, do computador, do celular, da televisão, nas fotos de jornais, de revistas, o primeiro genocídio televisionado da história".

O ato foi organizado por parceria entre as seguintes entidades: Centro de Estudos da Mídia Alternativa Barão de Itararé, Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação (FNDC), Associação Brasileira de Imprensa (ABI), Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj), Federação Árabe Palestina do Brasil (Fepal), Intervozes, Cebrapaz, Central Única dos Trabalhadores (CUT), União Nacional dos Estudantes (UNE) e Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo
 

Edição: Thalita Pires