Após a demissão de Alessandro Moretti, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nomeou Marco Aurélio Chaves Cepik como diretor-adjunto da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), na última terça-feira (30). Outras sete pessoas também foram designadas para cargos de diretorias. Entre elas, quatro mulheres, que não tiveram seus nomes revelados.
As áreas que terão novos diretores são: Departamento de Contrainteligência, Departamento de Operações, Departamento de Administração e Logística, Escola de Inteligência, Departamento de Inteligência Interna, Departamento de Inteligência Externa e Centro de Pesquisa e Desenvolvimento em Segurança das Comunicações.
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A Polícia Federal (PF) investiga uma possível espionagem ilegal feita pela Abin durante a gestão de Alexandre Ramagem, que hoje é deputado estadual pelo PL do Rio de Janeiro. Na época, ele era diretor da agência e mantinha uma relação próxima com o entorno de Jair Bolsonaro (PL). Um dos alvos da apuração é o vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos), filho do ex-presidente.
Os investigadores suspeitam que havia um "conluio" no comando da atual direção da Abin, que trabalhava para atrapalhar a apuração sobre a existência de uma "Abin paralela" a serviço do governo Bolsonaro.
"As ações realizadas pela alta gestão atual, dessa forma, se mostram prejudiciais à investigação posto que transparecem aos investigados realidade distinta dos fatos", afirma o relatório da Polícia Federal, revelado pelo jornal O Globo.
Marco Aurélio Chaves Cepik é servidor da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, onde é professor titular de Relações Internacionais e Política Comparada. Desde abril de 2023, no entanto, também é diretor da Escola de Inteligência da Abin, em Brasília.
Edição: Nicolau Soares