A notícia foi revelada em primeira mão por João Pedro Stedile, liderança do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). Na edição do podcast Três Por Quatro, do Brasil de Fato, que foi ao ar nesta sexta-feira (26), ele destacou que a entrega de 33 máquinas para uso dos camponeses será formalizada na próxima sexta-feira (2), durante evento organizado pelo MST em Apodi (RN), região onde o movimento é referência em produção agroecológica.
"O governo da China está doando máquinas que nós selecionamos junto com o Consórcio do Nordeste. Essas máquinas serão entregues para a Secretaria da Agricultura do Rio Grande do Norte e serão transferidas para camponeses testarem nos próximos meses", contou.
O acordo que foi fechado entre brasileiros e chineses previa esse período de testes para identificar quais itens do maquinário se adaptam ao dia a dia da produção em território nacional. O objetivo, no futuro, é que os equipamentos sejam produzidos no Brasil.
A relação entre brasileiros e chineses tem se estreitado desde 2022. A parceria conta com apoio da Associação Internacional para a Cooperação Popular (AICP), da Universidade Agrícola da China e da Associação de Fabricantes de Máquinas Agrícolas.
"O passo seguinte é perceber quais as máquinas que se adaptam, quais as que não dão certo, e aí partir desse acompanhamento técnico, selecionar quais máquinas nós teríamos interesse então de fazer fábricas, seja no Nordeste, seja em São Paulo", destacou Stedile.
Produção nacional
A parceria conta com apoio do governo federal, que oferece financiamento a partir do programa Mais Alimentos. Em entrevista ao programa Bem Viver na última quarta-feira (24), o ministro do Desenvolvimento Agrário, Paulo Teixeira, disse que as máquinas que forem selecionadas pelos agricultores brasileiros podem começar a ser fabricadas no país ainda este ano.
"As máquinas não vão ser postas na prática ainda, elas vêm para receber a validade no Brasil, se funcionam na nossa região, no nosso clima, geografia. É uma máquina desenvolvida para a China e que precisa ser adaptada no Brasil", ressaltou Teixeira.
Edição: Nicolau Soares