A Arquidiocese de São Paulo arquivou a investigação contra o padre Julio Lancellotti, que foi alvo de denúncias por parte do presidente da Câmara Municipal, o vereador Milton Leite (União Brasil). A informação foi divulgada em uma nota publicada nesta terça-feira (22) pela entidade.
O parlamentar enviou à Arquidiocese um vídeo de cunho sexual, sem autenticidade comprovada, relacionando-o ao padre Julio Lancellotti. A organização da Igreja Católica afirmou que a decisão de arquivar já foi tomada em 2020, quando o mesmo caso já havia sido analisado.
Na época, a denúncia foi feita pelo então candidato à prefeitura Arthur do Val, conhecido como Mamãe Falei, mas não foi encontrado qualquer indício de crime. Na nota, a organização afirma que, na ocasião, o Ministério Público de São Paulo (MPSP) também emitiu um parecer contrário à instauração de uma ação penal.
“A Arquidiocese de São Paulo, não chegando à convicção suficiente sobre a materialidade da denúncia e considerando as conclusões do MPSP, bem como da Justiça Paulista, também decidiu pelo arquivamento e informou a Santa Sé”, escreveu na nota. “Distante de interesses ideológicos e políticos, com serenidade e objetividade, a Cúria Metropolitana de São Paulo permanece atenta a ulteriores elementos de verdade sobre os fatos denunciados."
A denúncia ocorreu paralelamente às acusações feitas pelo vereador Rubinho Nunes (União Brasil) de que o padre Julio Lancellotti faria parte de uma “máfia da miséria” no centro de São Paulo. Na Câmara, o parlamentar pretende protocolar um pedido de instalação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), que tem como um dos alvos a liderança religiosa.
A CPI, se instalada, terá como objetivo declarado investigar organizações não governamentais (ONGs) que atuam com grupos de usuários que frequentam a Cracolândia.
Edição: Vivian Virissimo