Até quando?

Fome e sede assolam população na Faixa de Gaza; 18.800 palestinos já morreram na guerra, 70% são mulheres e crianças

Segundo a ONU, 1,9 milhão de palestinos foram obrigados a sair de suas casas desde o início dos ataques israelenses

Brasil de Fato | São Paulo (SP) |
Palestinos empunham documentos de identidade para obter farinha em Rafah: fome é uma realidade na Faixa de Gaza e Israel continua atacando - Mohammed Abed / AFP

O massacre palestino imposto por Israel chega ao 72º dia com cenas assoladoras, acompanhadas diariamente nas redes sociais. Neste domingo (17), os israelenses insistiram nos ataques à Faixa de Gaza, ignorando os apelos internacionais por trégua permanente.

Internamente, os apelos pelo cessar-fogo também aumentaram, desde que as forças de Israel reconheceram que seus soldados assassinaram três israelenses por engano, na última sexta-feira (15). Eles seriam reféns feitos pelo Hamas, nos ataques do dia 7 de outubro.

Em entrevista a Al Jazeera, Adnan Abu Hasna, porta-voz da Agência das Nações Unidas para os Refugiados Palestinos (UNRWA), descreveu a situação na Faixa de Gaza como “Uma catástrofe. Um tsunami, um tsunami humanitário, na verdade”.

De acordo com a Organização das Nações Unidas (ONU), 1,9 milhão de palestinos tiveram que se deslocar de suas casas, desde o começo dos ataques de Israel contra a população na Faixa de Gaza e na Cisjordânia.

Os caminhões de ajuda humanitária, que transportam recursos básicos, como alimentos, água e medicamentos, seguem sendo barrados por Israel na entrada da Faixa de Gaza. Os poucos que passam a barreira são interrompidos ainda nas vias, por palestinos famintos e sedentos.

“A fome surgiu nas últimas semanas e encontramos cada vez mais pessoas que não comem há um, dois ou três dias”, explica Phelippe Lazzarini, presidente da UNRWA. “O que temos neste momento em Gaza é, na melhor das hipóteses, um oportunismo humanitário que tenta alcançar, por meio de algumas estradas ainda acessíveis, ainda não destruídas, algumas pessoas em um local onde se tenha a mínima condição de fornecer um pouco de comida, ou água, ou algum outro suprimento básico”, concluiu.

Até o momento, o Ministério da Saúde de Gaza contabiliza 18.787 mortes e 50.897 feridos, enquanto as autoridades israelenses afirmam que aproximadamente 1.200 de seus civis foram mortos pelo Hamas. De acordo com o órgão, 70% das vítimas são mulheres e crianças.

 

Edição: Rodrigo Gomes