Uma ação conduzida pelo grupo móvel de fiscalização e combate ao trabalho escravo da Superintendência Regional do Trabalho (SRTb/MG) resgatou, esta semana, 76 trabalhadores em condições análogas à escravidão em uma fazenda de alho em Tapira (MG), que fica 400 km a oeste de Belo Horizonte (MG).
Os auditores-fiscais, que atuaram em conjunto com o Ministério Público do Trabalho (MPT) e a Polícia Militar de Minas Gerais, constataram condições degradantes de trabalho e jornadas exaustivas.
Os empregados não tinham remuneração fixa: recebiam conforme a produção. Os alojamentos eram precários e apertados, com dez em cada quarto.
Eram apenas quatro banheiros para quase 80 trabalhadores. Sem opção, muitos deles faziam as necessidades no mato, a céu aberto.
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Segundo as informações levantadas até o momento, os trabalhadores eram aliciados de forma irregular no norte de Minas Gerais. O nome da fazenda ou do empregador ainda não foi divulgado.
O trabalho na propriedade era realizado de domingo a domingo, em jornadas superiores a 70 horas semanais.
Os empregados tinham que pagar pelas ferramentas de trabalho, e nem todos dispunham de equipamentos de proteção individual.
Não foi verificada nenhuma medida de prevenção à covid-19, e os empregados tinham que compartilhar as garrafas térmicas porque não havia reposição de água durante a jornada.
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Trabalhadores que tiveram que se deslocar para tomar vacina contra o novo coronavírus tiveram as horas de trabalho descontadas, segundo informações apuradas no local.
Após a ação, o empregador foi notificado e cada trabalhador da fazenda recebeu uma indenização de R$ 4,5 mil por danos morais, além das verbas rescisórias e guias que dão direito a três parcelas de seguro-desemprego.
Todos os resgatados voltaram a suas cidades de origem.
O Brasil de Fato aguarda retorno do coordenador da operação para mais informações. A matéria pode ser atualizada em breve.
Edição: Leandro Melito