Os trabalhadores e trabalhadoras do Metrô de São Paulo lançaram um abaixo-assinado para pressionar o governo do estado a liberar as catracas no próximo dia 28 (terça-feira), dia em que está prevista uma greve conjunta de diversas categorias contra as propostas do governador bolsonarista Tarcísio de Freitas (Republicanos) de privatização de serviços públicos no estado.
O abaixo-assinado, disponível aqui, foi lançado na última quarta-feira (22) e reuniu mais de 1.000 assinaturas já no primeiro dia. A proposta de catraca livre não é nova. Sempre que há expectativa de mobilização, os profissionais se dispõem a trabalhar sem a cobrança de tarifa. Em março, o governo chegou a sinalizar que autorizaria a possibilidade, mas depois, com apoio da Justiça, recuou.
Um dos motivos frequentemente alegados pelo governo para proibir a liberação da catraca é uma suposta preocupação com a segurança. Os metroviários, porém, lembraram que nos dias 5 e 12 deste mês, dias de provas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), o transporte foi oferecido gratuitamente e tudo transcorreu sem qualquer problema.
"O abaixo assinado é uma iniciativa para que tanto as categorias em greve quanto a população possam se fazer ouvidas quanto à catraca livre no dia 28. Se o governo aceitar, faremos nosso protesto permitindo o livre acesso da população ao Metrô", afirmou ao Brasil de Fato Bernardo Lima, diretor do Sindicato dos Metroviários e Metroviárias de São Paulo.
Além dos funcionários do Metrô, da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) e da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp), que participaram da greve no último dia 3 de outubro, a paralisação do próximo dia 28 vai contar também com profissionais da educação.
"A motivação da luta e da indignação é o processo de privatização das empresas públicas paulistas, com destaque para a Sabesp, cujo projeto de lei está em tramitação na Assembleia Legislativa. A esses ataques se somam o anúncio do corte no orçamento da Educação, as demissões no Metrô e punição de funcionários da CPTM para tentar enfraquecer a luta dessas categoria em defesa de seus empregos e contra a privatização", destacaram os metroviários.
Edição: Vivian Virissimo