O coordenador do Sindicato dos Metroviários de São Paulo, Altino de Melo Prazeres, disse na noite desta terça-feira (3) ao Brasil de Fato que a paralisação conjunta dos metroviários, ferroviários e funcionários da Sabesp contra as privatizações planejadas pelo governo do estado foi bem-sucedida por dar visibilidade ao tema. Ele lançou ainda o desafio ao governador de fazer um plesbicito para consultar a população e, assim dar legitimidade ao seu plano.
"Estamos todos de parabéns, [tivemos] o apoio da população. Queremos fazer um desafio para o governador: fazer um plebiscito oficial pra decidir se é correta ou não a privatização", disse ele.
Altino disse que a greve, prevista para durar 24 horas, mostrou a capacidade de união das categorias.
"A unidade das categorias levou o tema para a população. Ainda não vencemos a privatização, mas defendemos a ideia de plebiscito oficial, com o tempo igual para cada setor poder se expressar. E não termos apenas a decisão de um governador eu ou mesmo da Assembleia Legislativa sobre a privatização da maior empresa de saneamento básico do país e da América Latina que é a Sabesp e de grandes empresas importantes, como o metrô e a ferrovia."
O metroviário ironizou o fato de que, nesta terça-feira de greve contra a privatização, uma linha que já está com a iniciativa foi fonte de dor de cabeça para a população ao sofrer pane elétrica e interromper seus serviços.
"O governador disse que a Linha 9 estava maravilhosa e aí veio o desastre, uma grande falha. Esses problemas mostram que a falsidade e o descaso é que acabam atrapalhando a vida da população", disse ele, se referindo ao trem da Linha 9-Esmeralda, operado pela empresa privada ViaMobilidade.
Pouco antes, Tarcísio havia indagado em tom triunfante: "Quais são [as linhas] que estão em funcionamento hoje? As que foram transferidas para a iniciativa privada. Essas linhas não estão deixando o cidadão na mão".
Consulta popular
Uma mobilização de trabalhadores, centrais sindicais e movimentos populares está realizando um plebiscito popular sobre a privatização das três empresas. O objetivo é dialogar com a população sobre as consequências que a venda dessas estatais pode significar para os usuários.
Para participar, os cidadãos devem comparecer em algum ponto de coleta de votos, que estão localizados e identificados com urnas, sobretudo nas estações do Metrô e da CPTM, em terminais de ônibus, postos de trabalho e em locais de grande circulação de pessoas. Os detalhes podem ser conferidos no site https://contraprivatizacao.com/.
Edição: Thalita Pires