Violência

Grileiros da família de Damares Alves atacam acampamento do MST no Pará

As violações envolvem Marcos Bengtson, que responde em liberdade pelo assassinato do sem terra Caribé

São Paulo (SP) |
Damares Alves - Roque de Sá/Agência Senado

As famílias do acampamento Quintino Lira, em Santa Luzia, no Pará, sofrem ameaças e intimidações do fazendeiro Marcos Bengtson. As famílias agricultoras relatam a destruição de seus meios de produção com a derrubada e queima de casas de fornos e roças destruídas nos últimos dias.

“Eles entraram na área e ameaçam destruir nossas roças e nossa casa de farinha, além de ameaças de morte”, denunciam as famílias acampadas.

 

 

A fazenda Cambará, hoje rebatizada de acampamento Quintino Lira, é reivindicada pelas famílias desde 2007, junto ao Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) e ao Instituto de Terras do Pará (Iterpa). O movimento alega que se trata de uma terra pública grilada e que deve ser destinada para fins de reforma agrária. Desde então, os conflitos acontecem envolvendo o gerente da fazenda Cambará, Marcos Bengtson, que é filho de Josué Bengtson, pastor e ex-deputado federal pelo PTB.

Marcos Bengtson é acusado de ter assassinado e torturado o agricultor sem terra José Valmeristo Soares, conhecido como Caribé, em 2010. Um outro trabalhador rural, João Batista Galdino, conseguiu escapar da emboscada. Na ocasião, Marcos Bengtson chegou a ser preso, mas atualmente responde o processo em liberdade.

Em 2021, o acampamento Quintino Lira e comunidades próximas sofreram com a pulverização aérea de agrotóxicos. O crime foi denunciado para as secretarias de saúde e do meio ambiente do município. A situação foi denunciada à Delegacia de Conflitos Agrários (DECA) pelos trabalhadores rurais.

Edição: Rodrigo Gomes