O governo da Venezuela denunciou nesta quarta-feira (15) o ataque a embaixada em Oslo, na Noruega. Esse é o sexto ataque registrado a representações diplomáticas venezuelanas desde a posse de Nicolás Maduro para o terceiro mandato na última sexta-feira (10).
Em nota, a chancelaria venezuelana disse que o governo norueguês tem a responsabilidade de resolver a questão, identificando os autores dos ataques.
"Nossa sede diplomática em Oslo, Noruega, foi invadida e vandalizada por elementos fascistas que encarregaram de deixar claro a que interesses respondem. A responsabilidade pela inviolabilidade das sedes diplomáticas é do Estado receptor. Esperamos que as autoridades identifiquem imediatamente os responsáveis por esses atentados", diz o texto.
Esse foi o sexto ataque a uma representação diplomática venezuelana nos últimos dias. Os atentados começaram na madrugada de sábado (11) para domingo (12), com um ataque ao consulado da Venezuela em Lisboa.
Na ocasião, a sede foi alvo de um ataque com coquetel molotov. O atentado foi realizado um dia após a posse de Nicolás Maduro no país caribenho. O ministro das Relações Exteriores da Venezuela, Yván Gil, culpou o “fascismo” pelo ocorrido.
O governo venezuelano voltou a denunciar na segunda-feira (13) outros ataques, mas dessa vez nas embaixadas em Frankfurt, na Alemanha, Medellín, na Colombia, Vigo, na Espanha, e San José, na Costa Rica. Nas redes sociais, a chancelaria venezuelana publicou fotos de como ficaram as sedes diplomáticas depois dos ataques.
Tensão política
Os atentados foram registrados logo após a posse de Maduro, em meio às acusações de fraudes eleitorais. Os dias anteriores à cerimônia foram marcados por tensão e uma disputa da oposição em torno do evento. O ex-candidato opositor, Edmundo González Urrutia, questionou os resultados e afirmou que estaria na Venezuela na sexta para tomar posse, o que não ocorreu. Ele é alvo de um mandado de prisão
Em seu discurso de posse, Maduro falou sobre a interferência dos Estados Unidos na economia venezuelana. Também disse que Washington foi derrotado ao tentar "atacar" o país.
"Tivemos força contra uma articulação pública e midiática dos EUA, que transformaram a eleição da Venezuela em uma disputa global. Não é Maduro, é um povo que cresce em um homem. Se Maduro tem sentido, é porque Chávez tem sentido. Eles tentaram transformar a eleição de um país pacífico, mas a oligarquia está derrotada, os EUA estão derrotados", afirmou.
Redução de número de diplomatas
O governo de Maduro também anunciou na terça-feira (14) a redução para três do número de diplomatas nas sedes da França, Itália e Países Baixos. A medida foi tomada porque o governo venezuelano passou a considerar que esses países têm uma conduta "hostil" contra a Venezuela.
Em resposta, o ministro das Relações Exteriores italiano, Antonio Tajani, convocou o encarregado de negócios venezuelano na Itália para prestar esclarecimentos.
Edição: Leandro Melito