O presidente do Haiti foi assassinado em julho de 2021, com um tiro, dentro de sua residência. Na época, 40 suspeitos foram presos, dentre eles 18 paramilitares colombianos acusados de fazer parte do esquadrão mercenário que cometeu o crime. Só agora, mais de dois anos depois, alguns deles começam a depor.
Dois colombianos foram transportados no início desta semana da maior penitenciária da capital, Porto Príncipe, para o local do interrogatório, a fim de serem ouvidos por Walther Wesser Voltaire, o quinto juiz do caso, depois que outros quatro abandonaram por motivos diversos. Um deles disse ter sido pressionado pela família, temerosa de que poderia ser morto.
A constante troca de juízes e a violência generalizada no país, que motivou a embaixada dos Estados Unidos a pedir que seus cidadãos deixem o país o quanto antes na última quarta-feira (30) e tem alimentado conversas sobre uma nova intervenção internacional, são apontados como motivos principais para a lentidão do julgamento dos suspeitos.
Um já está preso
Enquanto isso, alguns suspeitos estão sendo processados nos Estados Unidos: 11 suspeitos extraditados desde o crime já receberam suas acusações. Um deles, o empresário haitiano-chileno Rodolphe Jaar, de 51 anos, foi condenado à prisão perpétua, três meses atrás, por ajudar os mercenários colombianos a obter armas para o atentado. Os outros dez aguardam julgamento na Flórida.
Promotores afirmam que o assassinato fez parte de uma conspiração para tentar obter contratos mais lucrativos junto ao sucessor de Moïse, depois que ele fosse sequestrado ou morto.
(Com informações da Associated Press)
Edição: Thales Schmidt