O secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, afirmou na quarta-feira (5) que uma força-tarefa multinacional é necessária para o Haiti. Blinken acompanhou em Trinidad e Tobaco, na América Central, uma reunião de cúpula da Comunidade do Caribe (Caricom) e também teve uma reunião com o primeiro-ministro haitiano, Ariel Henry. O secretário-geral da ONU, António Guterres, transmitiu recado semelhante durante reunião do Conselho de Segurança da ONU, na quinta-feira (6).
Dois anos após o assassinato do então presidente Jovenel Moïse, o país cujos escravos se revoltaram e expulsaram os colonizadores segue em crise. Gangues armadas dominam parte considerável do Haiti e podem ser mais numerosas que as forças de segurança estatais.
Diante deste cenário, e da crise migratória que ele pode gerar, parte da comunidade internacional busca por soluções. O próprio Ariel Henry também solicita ajuda internacional — enquanto se nega a deixar o cargo e realizar eleições.
Antes de se encontrar com o premiê haitiano Henry, Blinken destacou que, desde 2021, os EUA já enviaram "quase US$ 100 milhões para a segurança no Haiti" e ressaltou que a Casa Branca apoia "fortemente a Polícia Nacional do Haiti em seus esforços para combater a influência de gangues, manter a segurança básica no Haiti e prevenir a violência comunitária em longo prazo".
Após a reunião com o premiê haitiano, o chefe da diplomacia dos EUA afirmou em nota que "os líderes concordaram com a urgência de enviar uma força multinacional autorizada pela ONU ou uma operação de manutenção da paz para permitir que a Polícia Nacional do Haiti restabeleça a paz e a segurança e alivie a crise humanitária no Haiti."
Já durante reunião do Conselho de Segurança da ONU, Guterres fez um apelo pelo envio de uma "força internacional robusta" para apoiar o trabalho da Polícia Nacional do Haiti. Para o Secretário-geral da ONU, o país precisa de 1 mil a 2 mil policiais internacionais especialistas no combate ao crime organizado.
"Repito: não estamos convocando uma missão militar ou política das Nações Unidas", afirmou. "Estamos pedindo uma força de segurança robusta enviada pelos Estados Membros para trabalhar lado a lado com a Polícia Nacional do Haiti para derrotar e desmantelar as gangues e restaurar a segurança em todo o país."
Edição: Rodrigo Durão Coelho