A candidata presidencial equatoriana, Luisa González, do partido de esquerda Revolução Cidadã (RC), denunciou nesta sexta-feira (01/09) que tem recebido ameaças de morte nos últimos dias.
A declaração surgiu durante uma entrevista à rádio local Medio Mundo. A presidenciável progressista chegou a mencionar a existência de um processo judicial que tem, como um dos réus, um homem de sobrenome Mancilla, preso recentemente. Em seu depoimento, o suspeito afirmou que “apenas cumpria ordens, tinha a tarefa de entregar algumas bombas que seriam utilizadas em um atentado contra a candidata do RC”.
González afirmou na entrevista que “isso é muito preocupante, porque afeta a democracia, em uma campanha que já tem um candidato que foi assassinado”. A resposta da líder progressista faz referência ao caso de Fernando Villavicencio, assassinado no dia 9 de agosto, poucos dias antes da realização do primeiro turno das eleições, que ocorreram em 20 de agosto.
“Estamos todos em risco, enquanto não for retomado o controle do país, com medidas eficazes para a garantir a segurança de todos os cidadãos”, completou a candidata de esquerda.
O ex-presidente equatoriano Rafael Correa, líder do RC e principal aliado de González, havia feito alusão ao caso nesta quinta-feira (31/08), aos afirmar que “prenderam um sujeito transportando armas e que ele teria mencionado que elas seriam usadas em um ataque contra Luisa”.
No dia 24 de agosto, o presidente do Equador, Guillermo Lasso, anunciou que ordenou às Forças Armadas que cuidassem da segurança dos candidatos, tanto González quanto seu adversário do segundo turno, o empresário ultraliberal Daniel Noboa, do Ação Democrática Nacional (ADN).
“Nossa democracia vai sair fortalecida deste processo eleitoral e para isso é fundamental que os candidatos tenham proteção suficiente”, disse então o presidente.
Na mesma entrevista realizada nesta sexta, Luisa González informou que aceitará a proteção militar nos eventos de sua campanha para o segundo turno.
As eleições presidenciais no Equador iniciam sua reta final neste mês de setembro, quando começa oficialmente a campanha para o segundo turno, marcado para o dia 15 de outubro.
Vale lembrar que, no primeiro turno, segundo os resultados oficiais do Conselho Nacional Eleitoral (CNE), González obteve 33,61% dos votos (pouco mais de 3,3 milhões), enquanto Noboa ficou com 23,47% (pouco mais de 2,3 milhões).
Com informações de Rádio Medio Mundo e RT.