O partido Construye anunciou que o jornalista Christian Zurita será o substituto do candidato assassinado no Equador na semana passada, Fernando Villavicencio, para as eleições presidenciais do próximo domingo (20). Ele foi um dos fundadores do portal de notícias Periodismo de Investigación, que o descreve como "inimigo das tiranias e esquerdista redimido".
O primeiro nome cogitado para a vaga aberta com o assassinato foi o da companheira de chapa de Villavicencio, Andrea González Nader, ambientalista, mas seu nome foi barrado por detalhes burocráticos. Uma vez inscrita, uma candidatura - como a de vice, no caso - não pode migrar para a cabeça da chapa.
Amigos jornalistas, Villavicencio e Zurita publicaram denúncias de corrupção contra o ex-presidente do Equador Rafael Correa que culminaram, em 2020, em uma condenação a oito anos de prisão. O ex-presidente equatoriano vive atualmente fora do país e afirma ser vítima de perseguição judicial. Correa alega ser alvo de mais de meia centena de ações judiciais em uma ofensiva de lawfare, que configura o uso do sistema judiciário contra inimigos políticos.
Contexto
Villavicencio foi assassinado com três tiros na última quinta-feira (10) ao deixar um comício. Seis suspeitos colombianos seguem presos enquanto as investigações se desenrolam. Há suspeitas de ligação com o crime organizado.
A violência aumentou muito no Equador nos últimos anos, especialmente desde que governos liberais assumiram o comando do país, a partir de 2017.
Entenda: Candidato assassinado e estado de exceção: o que está acontecendo no Equador?
As eleições do próximo domingo vão escolher tanto o novo presidente como os legisladores da Assembleia Nacional. O Equador não dispõe de pesquisas de intenção de voto confiáveis, mas alguns analistas calculam que Villavicencio não estaria entre os três candidatos favoritos antes do assassinato.
Luisa González, do partido Revolução Cidadã, o mesmo de Rafael Correa, é apontada como a favorita para vencer o pleito presidencial.
Edição: Geisa Marques