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Líderes políticos e países vizinhos condenam assassinato de candidato a presidente do Equador

Fernando Villavicencio foi morto a tiros a menos de duas semanas da votação no país

Brasil de Fato | São Paulo (SP) |
Villavicencio foi assassinado a tiros na quarta-feira (9) - Rodrigo Buendia / AFP

Líderes políticos de diferentes posições ideológicas se manifestaram sobre o assassinato do candidato à presidência do Equador Fernando Villavicencio, na última quarta-feira. O caso motivou ainda manifestações oficiais dos governos de países sul-americanos.

As manifestações mais contundentes vieram, naturalmente, do próprio Equador. O país vive sob grande instabilidade poucos dias antes do primeiro turno das eleições presidenciais, marcado para o próximo dia 20.

Em postagem no Twitter, o atual presidente, Guillermo Lasso, se disse "indignado e consternado". Ao anunciar medidas para identificar os responsáveis, ele afirmou que "o crime organizado chegou muito longe, mas vai sentir todo o peso da lei".

A maior parte das reações de países vizinhos veio por parte dos ministérios de relações exteriores. No Brasil, o Itamaraty publicou nota oficial em seu site afirmando que o governo brasileiro via o caso "com profunda consternação" e que confiava na apuração dos responsáveis. Além disso, prestou condolências à família de Villavicencio e ao povo equatoriano.

Órgãos equivalentes em países do continente se manifestaram de maneira semelhante. O governo peruano afirmou condenar "energicamente" o assassinato e repudiar "todo ato de violência e intimidação que afete o desenvolvimento da democracia" no continente.

O Ministério das Relações Exteriores da Colômbia também publicou mensagem com repúdio "de maneira veemente" ao ataque que vitimou Villavicencio e expressou pesar aos familiares e simpatizantes do candidato morto. 

A Argentina também se manifestou por meio de seu Ministério de Relações Exteriores, em nota com tom semelhante: repudiando o ataque e prestando solidariedade a familiares e pessoas próximas.

No Brasil, parlamentares usaram as redes sociais para lamentar o ataque. O senador Randolfe Rodrigues (sem partido-AP) classificou o ato como "um atentado à democracia latino-americana", e alertou para "os perigos do fanatismo político".

A deputada federal Jandira Feghali (PCdoB-RJ) disse que ele foi vítima da violência política fruto do combate ao crime organizado e ao narcotráfico no Equador.

Falando em nome do Congresso Nacional, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco disse que "esse chocante episódio de lastimável violência política exige de nós, parlamentares brasileiros, uma grande reflexão sobre os rumos que a nossa própria política poderá seguir nos anos vindouros".

"Nós, membros do Congresso Nacional, o povo brasileiro, solidarizamo-nos com nossos irmãos equatorianos nesse momento trágico e sensível, ao mesmo tempo em que registramos nosso repúdio a esse brutal atentado e a toda forma de violência", completou Pacheco.

Figuras de direita e extrema direita tentaram capitalizar ao comentar o caso. O bolsonarismo fez um movimento nas redes sociais para tentar associar o caso à facada que atingiu Jair Bolsonaro durante a campanha eleitoral de 2018.

Ex-ministro e ex-desafeto do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), o senador Sergio Moro (União Brasil-PR) foi um dos parlamentares de direita a se manifestar, e aproveitou para criticar o ex-presidente equatoriano Rafael Correa.

Edição: Vivian Virissimo