Guerra da Ucrânia

Base da Rússia no Mar Negro é atacada por drones navais ucranianos

Escalada da guerra com ataques no Mar Negro acontece no contexto da saída do acordo de grãos por parte da Rússia

Brasil de Fato | Rio de Janeiro (RJ) |
Navios atracados em base naval russa no Mar Negro - AFP

A base naval russa de Novorossiysk foi atacada por drones navais nesta sexta-feira (4). De acordo com o Ministério da Defesa da Rússia, os navios russos repeliram um ataque de dois barcos não tripulados ucranianos. 

A cidade de Novorossiysk é um dos mais importantes acessos da Rússia ao Mar Negro e o principal porto da Rússia na exportação de grãos. Os serviços de emergência do país relataram tiroteios e explosões tanto nas águas de Novorossiysk quanto na vila de Myskhako. 

Uma das principais estruturas da região é o Caspian Pipeline Consortium (CPC), que opera um oleoduto. A administração informou que a infraestrutura não foi danificada e que o embarque de óleo segue regularmente para navios-tanque já atracados. 

No entanto, em vídeos divulgados nas redes sociais, testemunhas relataram um navio de guerra sendo rebocado no porto de Novorossiysk. O Ministério da Defesa russo ainda não tinha relatado danos a nenhum dos navios da base naval até o início da tarde desta sexta-feira (pelo horário de Brasília). 

Em comunicado, o Ministério informou que "durante a repulsão do ataque, barcos não tripulados foram detectados visualmente e destruídos pelo fogo das armas padrão dos navios russos".

O prefeito de Novorossiysk, Andrey Kravchenko, disse que as tripulações de dois navios "reagiram imediatamente" e "ajudaram a evitar as consequências do ataque de barcos não tripulados".

Kiev não assumiu a responsabilidade pelo ataque oficialmente, mas fontes da inteligência ucraniana, citadas pala BBC, informaram que o ataque foi realizado pelo Serviço de Segurança da Ucrânia.

Escalada da guerra aumenta preço de alimentos

A intensificação dos ataques a portos ucranianos por parte da Rússia, e agora com ataques de drones navais à bases russas, surge no contexto da retirada de Moscou de um acordo que permitia a exportação dos grãos ucranianos pelo Mar Negro. 

A Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO, na sigla em inglês) anunciou nesta sexta-feira (4) que os preços médios internacionais de alimentos sofreram alta em julho após meses de quedas constantes. De acordo com a organização, o Índice de Preços de Alimentos teve aumento de 1,3% em julho.

Desde o início da guerra, em 24 de fevereiro de 2022, a exportação de grãos ucranianos a serem escoados pelas rotas do Mar Negro sofreu um bloqueio nos portos marítimos. A assinatura do acordo mediado por Turquia e ONU vinha permitindo o desbloqueio do transporte marítimo através dos portos de Odessa, Chernomorsk e Yuzhny. 

Em julho, a Rússia se retirou do acordo alegando que suas condições não estavam sendo cumpridas. Os termos de Moscou incluem a liberação do fornecimento de amônia russa para a Europa através da Ucrânia, bem como a conexão do Rosselkhozbank (Banco Agricultural da Rússia) ao sistema internacional Swift, do qual foi desconectado devido às sanções de países do Ocidente.

Edição: Felipe Mendes