Crise do Wagner

Putin encontrou líder de grupo paramiliar após rebelião, reconhece governo russo

Porta-voz do Kremlin declarou que reunião do presidente russo e chefe do Wagner aconteceu 5 dias após motim

Rio de Janeiro |

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Imagem de arquivo mostra encontro de Yevgueny Prigozhin com o presidente russo, Vladimir Putin, em setembro de 2010. - Alexey Druzhinin / Sputnik / AFP

O presidente russo, Vladimir Putin, se encontrou com o chefe do grupo Wagner, Yevgueny Prigozhin, no dia 29 de julho, cinco dias após a rebelião realizada pela organização de mercenários. Quem afirma é o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, nesta segunda-feira (10). 

"De fato, o presidente teve essa reunião. Ele convidou 35 pessoas. Todos os comandantes dos destacamentos e a administração da empresa. Incluindo o próprio Prigozhin. Essa reunião ocorreu no Kremlin em 29 de junho. Durou quase três horas", disse o porta-voz.

Peskov informou que os comandantes do Wagner presentes na reunião "garantiram ser firmes defensores do comandante supremo em chefe e estão prontos para continuar lutando pela Pátria".

Segundo o porta-voz, durante o encontro Putin fez "uma avaliação das ações da empresa no front no âmbito da 'operação militar especial', e também deu sua avaliação dos acontecimentos de 24 de junho, ouviu as explicações dos comandantes e ofereceu-lhes variáveis de trabalho para o futuro".

No dia 29 de junho, o porta-voz de Putin havia sido questionado por jornalistas sobre onde se encontrava Prigozhin. Na ocasião, Peskov havia declarado que o Kremlin não tinha informações sobre o seu paradeiro. 

Em 27 de junho, o presidente de Belarus, Alexander Lukashenko, disse que o fundador do Wagner havia chegado a Belarus como parte do acordo para resolver o motim. No entanto, na última quinta-feira (6), quase duas semanas após a crise, o presidente bielorrusso anunciou que Prigozhin não estava no país.

"Pelo que sei, os combatentes [do Wagner] estão em suas acampamentos. Quanto a Prigozhin, ele está em São Petersburgo. Não está no território de Belarus", afirmou.

No mesmo 6 de julho, ao comentar as declarações de Lukashenko, Dmitry Peskov afirmou que o Kremlin não monitora os movimentos do fundador do Wagner.

Edição: Thales Schmidt