A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do 8 de janeiro deve votar, nesta terça-feira (13), o requerimento do deputado federal Rogério Correia (PT-MG) que pede a quebra dos sigilos bancário, telefônico e telemático (de comunicações, incluindo por computador) do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
No requerimento, Correia afirma que “os atos de vandalismo e terrorismo referidos foram gestados antes mesmo das eleições com as reiteradas ações do Presidente da República que levantavam suspeitas relativamente à segurança das urnas eletrônicas, a integridade dos ministros da Corte Eleitoral e da Suprema Corte, desafiando as decisões judiciais e criando eventos que corroboravam o estado de agitação permanente de seus apoiadores a partir de eventos oficiais”.
Para o parlamentar, é possível “admitir que Jair Messias Bolsonaro esteve diretamente envolvido nos preparativos da ação violenta de seus apoiadores, razão pela qual requeiro a quebra de sigilo telefônico e telemático no período entre à realização do segundo turno das eleições, 30.10.2022 e 10 de janeiro de 2023, período imediatamente posterior à ocorrência dos atos de terrorismo”.
Bolsonaro também é alvo de um requerimento que solicita a sua convocação enquanto investigado pela comissão, protocolado pela deputada Erika Hilton (PSOL-SP) e pelo deputado Pastor Henrique Vieira (PSOL-RJ).
Ambos afirmam que os ataques de Bolsonaro contra o sistema eleitoral justificam a convocação do ex-presidente. “Essas falas de Bolsonaro tiveram uma posição de destaque e abrangência de desinformação no país, compondo um rol de motivações, que ao longo dos meses, foram alimentados por campanhas, práticas de atos violentos e atos antidemocráticos em todo o país”, diz o requerimento.
Pássaros, muitos pássaros
A Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) deve intimar o ex-ministro da Justiça Anderson Torres a prestar depoimento sobre a criação de pássaros silvestres em sua residência e supostos maus tratos. A informação é da CNN Brasil.
Em abril deste ano, o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e o Instituto Brasília Ambiental (Ibram) haviam apreendido 55 aves na residência de Anderson Torres, que também é ex-secretário de Segurança Pública do Distrito Federal. No total, foram capturados 45 bicudos, três canários-da-terra, dois tiês-sangue, quatro curiós e um azulão.
Torres também foi multado em R$ 52,5 mil por prestar informação falsa no Sistema de Controle e Monitoramento da Atividade de Criação Amadora de Pássaros.
De acordo com os órgãos, Torres, sua mãe, Amélia Gomes da Silva Torres, e um criadouro comercial teriam utilizado o mesmo endereço nos registros de criação, o que é proibido por lei. O ex-secretário do DF e a mãe também teriam ultrapassado o limite de transferência de animais para criadores amadores.
Torres também foi multado em R$ 2 mil por mutilar pássaro da espécie bicudo. Em novembro do ano passado, agentes ambientais encontraram uma ave com marcas de anilha - argolas com informações do animal - em um criador no DF. Segundo o sistema, o pássaro deveria estar sob responsabilidade do ex-ministro.
Alckmin vai extinguir cargo de ajudante de ordens ocupado por militares
O vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) pretende acabar com o cargo de ajudante de ordens da Vice-Presidência, que hoje é ocupado por militares, segundo apuração da Folha de S. Paulo.
A ideia é manter um representante de cada Força Armada para cuidar das questões de logística, como deslocamento. O vice-presidente também continua com um militar em seu gabinete: o capitão da Polícia Militar Pedro Lamoso Júnior, como assessor especial.
No governo de Jair Bolsonaro (PL), o cargo de ajudante de ordens da Presidência foi ocupado por Mauro Cid, que hoje é alvo de investigações por fraudar em cartões de vacinação, supostamente planejar um golpe e participar da tentativa de reaver as joias sauditas.
Deputado que financiou acampamento bolsonarista pede ao STF para não ser preso
O deputado estadual Amauri Ribeiro (União-GO) pediu que o Supremo Tribunal Federal (STF) rejeite qualquer pedido de prisão contra ele, em um documento encaminhado ao ministro Alexandre de Moraes, na última sexta-feira (9).
A solicitação foi feita depois que o jornal O Globo publicou que a Polícia Federal (PF) deve requisitar a prisão do parlamentar, uma vez que Ribeiro confessou que financiou acampamentos bolsonaristas em frente a quartéis do Exército.
“Eu também deveria estar preso. […] Eu ajudei a bancar quem estava lá. Pode me prender, eu sou um bandido, eu sou um terrorista, eu sou um canalha, na visão de vocês. Eu ajudei, levei comida, levei água e dei dinheiro. Eu acampei lá e também fiquei na porta porque sou patriota”, disse Ribeiro na tribuna da Assembleia Legislativa de Goiás (Alego).
Edição: Rodrigo Durão Coelho