A deputada federal Sâmia Bomfim (PSOL-SP) participou do programa Central do Brasil desta sexta-feira(26) e fez uma análise geral da conjuntura política no Congresso Nacional. Ele analisou os desafios de enfrentar as forças conservadoras no parlamento e como o campo progressista deve mobilizar a sociedade para disputar espaços dentro do governo Lula.
A parlamentar é integrante titular da CPI do MST e ganhou destaque nas últimas sessões do colegiado ao expor a ligação entre os deputados da extrema direita com as forças do agronegócio.
Segundo a deputada, o campo da esquerda - que é minoria na Comissão - vai precisar combinar estratégias de defesa e de ataque.
"Defesa no sentido de defender o Movimento Sem Terra. Apresentar a luta pela Reforma Agrária, o alto índice de concentração fundiária no Brasil, o papel que a maioria dos latifúndios tem de degradação ambiental, de invasão de terra indígena e também de trabalho escravo", contou a deputada.
Na última sessão, os requerimentos dos parlamentares do campo progressista foram rejeitados. Um deles, assinado pela deputada Talíria Petrone(PSOL-RJ) e pela própria Sâmia, solicitava a convocação de um dos financiadores da campanha do deputado Tenente-Coronel Zucco, presidente da CPI.
"Nosso requerimento foi nesse sentido. Eles vão precisar dizer por que não aceitam. Abre-se uma discussão, repercute nacionalmente e esse é o nosso objetivo ali: expor as contradições", afirmou a deputada.
Além da CPI do MST, Sâmia também tratou sobre outros embates entre o campo progressista e a ala conservadora dentro do Congresso. Um desses momentos foi a aprovação do relatório da Comissão Mista do Congresso Nacional, que esvaziou ministérios importantes do governo Lula, como o do Meio Ambiente e dos Povos Indígenas.
Para a deputada, isso reflete que o governo Lula é um espaço em disputa e que as ideias do bolsonarismo, presentes no parlamento eleito.
"O enfrentamento ao bolsonarismo e aos sustentáculos do centrão segue muito forte porque eles são maioria no Congresso, nós ganhamos a eleição por pouquíssima diferença e a agenda do mercado segue pujante. O próprio arcabouço fiscal, por exemplo, precisou fazer uma série de concessões à agenda do mercado financeiro. Agora, o foco deles é a destruição ambiental ", pontuou.
"Todo esse pacote significa pro povo brasileiro: "veja, ganhamos as eleições, mas a luta continua. A gente precisa ser maioria na sociedade, pressionar e disputar os rumos desse governo".
A entrevista completa com a deputada Sâmia Bomfim (PSOL-SP) você acompanha na edição desta sexta-feira(26) do programa Central do Brasil.
Assista agora ao programa completo
E tem mais!
Diplomacia
O continente africano foi celebrado neste dia 25, Dia da África, e também durante toda a semana pelo Ministério das Relações Exteriores do Brasil, que promoveu seminários sobre vários assuntos de interesse comum aos dois lados do Oceano Atlântico. Além da importância dada à história e cultura africana no país, o objetivo foi aprofundar laços diplomáticos retomados após o retorno de Lula à presidência.
Eleições na Turquia
Em acirrada disputa, o primeiro turno das eleições na Turquia terminou com uma vantagem para o líder Recep Tayyip Erdogan, que ficou com 49,94% dos votos contra o candidato Kemal Kiliçdaroglu, que obteve 44,8%. Há duas décadas no poder, Erdogan tem boas relações com a Rússia e já buscou desempenhar um papel de mediador na guerra da Ucrânia. O líder da oposição, por sua vez, sinalizou possível adesão às sanções contra Moscou por conta da guerra. O correspondente Serguei Monin mostra os impactos do resultado das eleições na Turquia para a definição da política externa do país.
O programa Central do Brasil é uma produção do Brasil de Fato. Ele é exibido de segunda a sexta-feira, ao vivo, sempre às 12h30, pela Rede TVT e por emissoras públicas parceiras espalhadas pelo país.
Edição: Rodrigo Durão Coelho