O alto comissário para os Direitos Humanos da ONU, Volker Turk, afirmou nesta quarta-feira (24) que os insultos racistas contra o atacante brasileiro Vinicius Júnior são um alerta de que os "organizadores" do futebol precisam fazer mais para "prevenir e conter o racismo".
"Eles [a Espanha] começaram a prender pessoas de forma muito rápida, mas também precisamos que quem organiza eventos esportivos leve essa questão muito a sério", disse. "Está mais do que óbvio que precisamos olhar para a questão dos direitos humanos de uma forma mais ampla", afirmou Turk.
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O representante da ONU ainda afirmou que a organização intergovernamental vai preparar um guia com protocolos e recomendações para casos de racismo em esportes.
Entenda o caso
No último domingo (21), Vinicius Júnior voltou a ser alvo de ataques racistas em um jogo do Campeonato Espanhol, conhecido como La Liga. Em partida contra o Valencia, ele foi chamado de "mono" ("macaco", em espanhol) por boa parte da torcida adversária. A partida chegou a ser interrompida, mas foi retomada e o atacante brasileiro foi expulso após reagir a uma agressão. O cartão vermelho foi revertido posteriormente.
O coro racista na cidade de Valência foi pelo menos o décimo episódio de violência racial e ódio contra o jogador de 22 anos, desde 2021. Sete pessoas foram presas em uma operação policial para investigar os recorrentes ataques racistas contra o jogador brasileiro.
O jogador reagiu em suas redes sociais e recebeu apoios de seu técnico, Carlo Ancelotti, de diversos jogadores e clubes pelo mundo, do prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes (PSD), e do governo brasileiro.
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Entidades do movimento negro realizaram um protesto em frente ao Consulado da Espanha, em São Paulo, em apoio ao jogador.
Edição: Nicolau Soares