El País - "LaLiga tem um problema", 23/05
A razão está com Vinícius. O jogador teve que suportar ataques verbais, insultos e gritos de natureza claramente racista proferidos por setores de várias arquibancadas da Espanha. A ofensa não atinge apenas Vinicius, pois é extensível à grande maioria dos espanhóis, envergonhados por práticas execráveis que ainda não encontraram remédio eficaz e que não aconteceram no Mundial do Catar ou em outras competições internacionais. As denúncias (até nove) apresentadas por LaLiga perante os tribunais são louváveis, apesar da sua pequena eficácia, como também o canal de denúncias no seu site não surtiu o efeito desejado. Seu presidente, Javier Tebas, voltou a exibir um tom entre desafiador e puramente arrogante ao intervir no debate repreendendo o jogador e até sugerindo uma possível corresponsabilidade de Vinicius, enquanto perfis tão diversos quanto os treinadores do Real Madrid e do Barcelona condenaram os insultos sem paliativos. Ancelotti até mesmo afirmou que "LaLiga tem um problema".
El Mundo - "O futebol não pode ser um reduto no qual se tolere o racismo"
Os insultos racistas que o jogador do Real Madrid Vinicius Junior recebe em várias partidas nas competições nacionais são comportamentos inaceitáveis que devem ser punidos. A Espanha é um dos países mais avançados do mundo em matéria de direitos individuais e antidiscriminação, como creem as organizações internacionais de maior prestígio. No entanto, episódios como este revelam que os estádios de futebol persistem como um reduto em que se tolera o que em qualquer outro âmbito da sociedade se combate com determinação. Essa permissividade em relação à violência e à agressividade se reflete no protocolo de combate ao racismo nos estádios, muito menos contundente na Espanha do que em outras ligas de alto nível.
Público - "Vinicius Júnior em guerra com o campeonato 'dos racistas'", 22/05
Não é apenas mais um capítulo na já longa história de comportamentos racistas no desporto e, em Espanha, está a ganhar proporções de grandes dimensões, motivando a abertura de um processo da Justiça espanhola por "alegado crime de ódio". A deslocação do Real Madrid a Valência terminou em mais uma derrota dos madridistas, mas, acima de tudo, na revolta de Vinicius Júnior, alvo de insultos por adeptos valencianos no Mestalla. O internacional brasileiro, que acabou expulso, foi contundente na reacção, dizendo que "o campeonato que já foi de Ronaldinho, Ronaldo, Cristiano e Messi hoje é dos racistas".
La Repubblica - "Brasil contra a Espanha por insultos a Vinicius. Gritos racistas em estádios agora são uma questão política", 23/05
Os gritos racistas contra Vinicius Junior, atacante do Real Madrid, viraram assunto de Estado no Brasil. Alvo de ofensas cada vez mais violentas ao longo da temporada, o jogador finalmente explodiu no último domingo quando se gritou nas arquibancadas do Valência: "Macaco, macaco!". Vini, como o chamam, não aguentou a tensão. Ele se rebelou e pediu a intervenção do árbitro.
Frankfurter Allgemeine Zeitung - "'Ele me chamou de macaco'", 22/05
Nenhum outro jogador de pele escura é tão hostilizado na Espanha como Vinicius Junior. O jogador do Real Madrid faz duras acusações à LaLiga.
Vinicius Junior já está acostumado. Quando ele desceu do ônibus diante do estádio Mestalla, em Valência, torcedores do Valencia gritaram a plenos pulmões: "Vinicius é um macaco". Isso acontece com frequência em jogos do Real, e não só do lado de fora do estádio. Em Valência, o brasileiro perdeu a paciência. Toda a equipe ficou do lado de Vinicius. A Espanha tem, agora, um amplo debate sobre racismo.