Transporte público

Concessionária responsável pela Supervia desiste de operar os trens no RJ

Manchetes dos últimos meses apontaram reclamações sobre as condições do serviço prestado pela empresa

Brasil de Fato | Rio de Janeiro (RJ) |
trem supervia
A Supervia tem a concessão da operação da malha ferroviária desde novembro de 1998, mas o grupo japonês está à frente desde 2019 - Divulgação/Supervia

Nesta quinta-feira (27), a Secretaria Estadual de Transportes do Rio recebeu um ofício da empresa japonesa Mitsui, que controla a Supervia, comunicando que quer deixar a concessão dos trens urbanos na região metropolitana.

A Supervia tem a concessão da operação da malha ferroviária desde novembro de 1998, mas o grupo japonês está à frente desde 2019.

A companhia alega, entre outros motivos, a perda da receita com a pandemia, o prejuízo com o furto de cabos e o congelamento da tarifa. A empresa está em recuperação judicial desde junho de 2021.

Leia também: RJ: Só 7% dos passageiros da Supervia pagam tarifa social, aponta Observatório dos Trens

Ao jornal O Globo, o governador Cláudio Castro disse após a divulgação do comunicado que "se eles não querem mais, que saiam. A gente bota outro que faça bem feito".

O anúncio de desistência da concessionária acontece após o aumento da passagem dos trens, que passou de R$ 5,00 para R$ 7,40 em fevereiro deste ano. O reajuste da tarifa, considerado exorbitante pelos usuários, ocupou as manchetes dos últimos meses acompanhado das reclamações sobre as condições do serviço prestado pela concessionária SuperVia.

Entre eles, os atrasos, a interrupção frequente de viagens, a superlotação, a insegurança, a falta de acessibilidade, entre outros problemas, que fazem parte da rotina dos milhares de passageiros que dependem, diariamente, desse modo de transporte para acessar empregos e demais atividades na região metropolitana.

Barcas

Esta é a segunda desistência de uma concessionária de transportes do RJ em menos de seis meses. Em novembro do ano passado, a CCR tinha avisado ao governo que encerraria as atividades em fevereiro deste ano.

No caso das barcas, o estado costurou um acordo que mantém a CCR na operação por até dois anos, até que o serviço seja novamente licitado. O novo entendimento prevê o reconhecimento de dívidas pelo estado e um calendário de pagamentos de indenizações para a concessionária.

Fonte: BdF Rio de Janeiro

Edição: Mariana Pitasse