Viagem

Assessor especial de Lula, Celso Amorim visitará Ucrânia

Ex-chanceler representará o presidente, que havia sido convidado por Zelensky em março

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Celso Amorim já foi ministro das Relações Exteriores - Wilson Dias /Agência Brasil

O governo do Brasil fará uma visita oficial à Ucrânia nos próximos dias, mas ela não será encabeçada pelo presidente Luis Inácio Lula da Silva e sim pelo seu assessor especial para temas internacionais, Celso Amorim.

A informação foi anunciada nesta sexta-feira (21/04) pelo ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República, Márcio Macêdo.

Em entrevista no hotel a imprensa na entrada do hotel onde se hospeda a comitiva brasileira em Lisboa, o ministro explicou que "o presidente Lula determinou que o assessor especial da Presidência para assuntos internacionais, o ex-chanceler Celso Amorim, que esteve na Rússia, faça também uma visita à Ucrânia".

Em março, durante uma videoconferência entre Lula e seu homólogo Volodymyr Zelensky, o mandatário brasileiro recebeu do ucraniano um convite para visitar Kiev. Segundo Macêdo, a viagem de Amorim seria uma resposta àquele convite.

Assim como na relação com a Rússia, o Brasil prefere que o ex-chanceler e assessor de confiança de Lula realize as primeiras conversas antes de um encontro entre os chefes de Estado: Amorim realizou um encontro com o chanceler russo Sergei Lavrov em fevereiro. No dia 3 de abril, ele visitou Moscou, onde conversou com o presidente Vladimir Putin.

O ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República deu a entender que a viagem acontecerá em breve, mas não detalhou em que data ocorrerá a visita [segundo ele, "por questões de segurança"].

Macêdo também respondeu perguntas sobre as declarações de Lula questionando o papel dos Estados Unidos e da União Europeia no conflito entre Rússia e Ucrânia.

"Acho que houve uma interpretação que não condiz com a posição do presidente Lula. Nós respeitamos a posição do continente europeu, dos países que estão de alguma forma no conflito. Mas a posição do Brasil é de neutralidade, por uma razão muito simples: se o Brasil tomar partido, perde a autoridade política de juntar pares e países para encontrar um caminho para a paz. Esse é o sentimento do presidente Lula e essa é a tradição do Brasil", salientou.

(*) Com informações da BBC.