O prefeito Sebastião Melo (MDB) anunciou, nesta sexta-feira (14), que o valor da tarifa de ônibus de Porto Alegre será mantido no valor de R$ 4,80. O comunicado foi feito durante coletiva de imprensa realizada no auditório da Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC).
Nos últimos dias, o prefeito havia avisado aos vereadores da base aliada de que a tarifa da passagem de ônibus da Capital seria reajustada. Para parlamentares da oposição a manutenção do valor é resultado da pressão popular.
De acordo com prefeito, a manutenção da tarifa só será possível porque a prefeitura irá aumentar o subsídio repassado ao sistema de transporte público. Atualmente, esse valor é de cerca de R$ 120 milhões por ano. O valor do aumento do repasse ainda não foi anunciado, mas o prefeito adiantou que o custo do quilômetro rodado dos ônibus aumentou em 5% de 2022 para 2023.
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Durante o anúncio, Melo disse que o sistema de transporte público da Capital custa R$ 700 milhões por ano e que, deste total, R$ 192 milhões se referem a todas as gratuidades somadas. Ele enfatizou que a isenção da passagem para idosos é o maior custo, representando 44% dentre as gratuidades. Para esses passageiros, o prefeito reclamou não haver ajuda do governo federal, pois a isenção se deve a uma lei federal.
A decisão de não reajustar a tarifa de ônibus ainda deve ser aprovada pelo Conselho Municipal de Transporte Urbano (CMTU). Segundo Melo, se a prefeitura não subsidiasse o transporte público, o valor da passagem hoje seria de R$ 5,50.
A luta continua
Parlamentares da oposições se manifestaram em suas redes sociais após o anúncio da manutenção do valor da tarifa. "Não é mérito do prefeito manter a passagem por R$ 4,80, isso tem que ser claro para todo mundo. Sabemos os motivos dessa decisão, que é o olho na reeleição que está se aproximando… o Sebastião pode tentar enganar, mas não iremos deixar", escreveu o vereador Jonas Reis (PT).
Giovani Culau (PCdoB) destacou o sucateamento do transporte na capital. "Transporte público em Porto Alegre tá um caos: atrasos, superlotação, calorão, ônibus pegando fogo e caindo aos pedaços. Seguimos em luta por um transporte público de qualidade e para todos!"
"Não é presente do prefeito, é subsídio com dinheiro público. A luta por transporte digno continua Chega de sufoco", escreveu a vereadora Karen Santos (PSOL).
* Com informações do Sul21
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Fonte: BdF Rio Grande do Sul
Edição: Marcelo Ferreira