Guerra da Ucrânia

Ucrânia: países que hoje não apoiam Kiev terão 'consequências no pós-guerra'

Diplomacia russa reage afirmando que a Ucrânia está buscando "intimidar desajeitadamente a comunidade internacional"

Brasil de Fato | Rio de Janeiro (RJ) |

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Ministro das Relações Exteriores da Ucrânia, Dmitry Kuleba, durante coletiva de imprensa com o secretário-geral da Otan - Valeria Mongelli / AFP

O ministro das Relações Exteriores da Ucrânia, Dmytri Kuleba, declarou que as escolhas feitas por cada país durante a guerra iniciada pela Rússia serão "levadas em consideração ao construir relacionamentos futuros".

"Se alguém no mundo pensa que a posição que este ou aquele país assumiu no momento mais negro da história da Ucrânia não será levado em consideração na construção de relações futuras, essas pessoas simplesmente não sabem como funciona a diplomacia", disse Kuleba em entrevista à BBC.

"A guerra é um momento em que você precisa fazer escolhas. E cada escolha será levada em consideração", acrescentou.

Embora a Ucrânia receba um amplo apoio militar e econômico de países do Ocidente, muitos Estados da África, Ásia e América do Sul se posicionam de maneira neutra em relação ao conflito. É o caso do Brasil, que sempre se colocou de maneira neutra, buscando promover negociações de paz ao invés de declarar apoio a alguma parte da guerra.

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Anteriormente, o ministro das Relações Exteriores da Ucrânia, Dmytri Kuleba, já havia criticado duramente uma manifestação que pedia a paz, realizada em Berlim em 25 de fevereiro. De acordo com ele, os manifestantes pacifistas apoiam a posição da Rússia no conflito na Ucrânia.

Além disso, em entrevista ao jornal alemão Bild, o ministro também acusou os organizadores do Oscar de hipocrisia por não terem concordado em dar ao presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, a oportunidade de se pronunciar na cerimônia de premiação.

A porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, Maria Zakharova, comentou a declaração do chanceler ucraniano, afirmando que Kiev está tentando "intimidar desajeitadamente a comunidade internacional" com suas declarações.

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Edição: Nicolau Soares