O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e o ex-chefe da Receita Federal Julio Cesar Vieira Gomes conversaram por telefone em dezembro do ano passado sobre a liberação das joias que foram trazidas ilegalmente ao Brasil, segundo apuração da Folha de S. Paulo. A informação contradiz o relato do ex-presidente, que disse desconhecer a existências das joias.
Conforme publicou o jornal O Estado de S. Paulo, o governo Bolsonaro tentou trazer colar, anel, relógio e um par de brincos de diamantes avaliados em R$ 16,5 milhões, em outubro de 2021. Os itens, que seriam um presente da Arábia Saudita para Bolsonaro e a então primeira-dama Michelle Bolsonaro foram apreendidas pela fiscalização do Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos.
Uma das versões apresentadas após a repercussão do caso é que Gomes teria ligado para Bolsonaro e informado sobre a existência das joias. Após a conversa, o ex-ajudante de ordens e homem de confiança de Bolsonaro, coronel Mauro Cid, teria sido enviado para negociar a liberação das joias. Na outra versão, Bolsonaro teria sido o responsável pela ligação a Gomes.
PF intima ex-ministro responsável por trazer joias ao Brasil
A Polícia Federal (PF) intimou o ex-ministro de Minas e Energia Bento Albuquerque e o ex-assessor da pasta Marcos André Soeiro a prestarem depoimento nesta quinta-feira (9) sobre as joias recebidas pela comitiva brasileira na Arábia Saudita.
Eles estavam na viagem e foram os responsáveis por trazerem os itens ao Brasil. Ainda no aeroporto, as joias foram apreendidas, uma vez que o assessor não havia declarado a existência dos objetos.
Bento Albuquerque, ao saber da apreensão, tentou negociar a liberação dos itens utilizando a posição de seu cargo. A tentativa, no entanto, não funcionou e as joias continuaram apreendidas, já que qualquer bem cujo valor seja superior a US$ 1 mil precisa ser declarado à Receita Federal.
Bolsonaro confirma que incorporou joias a acervo particular
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) confirmou que incorporou ao seu acervo particular um dos pacotes de joias enviados pela Arábia Saudita, em entrevista à rede de TV CNN.
Este outro pacote não foi interceptado pela Receita Federal ao chegar no Brasil, diferente do pacote avaliado em R$ 16,5 milhões apreendido. No total, o pacote que ficou com Bolsonaro inclui relógio, caneta, abotoaduras, anel e um tipo de rosário.
Bolsonaro ainda disse que não cometeu nenhuma ilegalidade. "Não teve nenhuma ilegalidade. Segui a lei, como sempre fiz”, disse. "Eu agora estou sendo crucificado no Brasil por um presente que não recebi. Vi em alguns jornais de forma maldosa dizendo que eu tentei trazer joias ilegais para o Brasil. Não existe isso", falou sobre as joias apreendidas.
Deputados pedem a cassação de Nikolas Ferreira
Deputados federais de PSB, PSOL, PDT e PCdoB protocolaram uma representação no Conselho de Ética da Câmara dos Deputados contra o deputado federal bolsonarista Nikolas Ferreira (PL-MG) por crime de transfobia.
Nesta quarta-feira (8), no Dia Internacional de Luta das Mulheres, o congressista colocou uma peruca e acusou mulheres trans de estarem “tomando” o lugar de mulheres cis. "Hoje eu me sinto mulher. Deputada Nicole. As mulheres estão perdendo seu espaço para homens que se sentem mulheres. Para vocês terem ideia do perigo de tudo isso, eles estão querendo colocar a imposição de uma realidade que não é a realidade", disse. "Ou você concorda com o que estão dizendo ou, caso contrário, você é um transfóbico, um homofóbico e um preconceituoso."
O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), escreveu em suas redes sociais que o plenário da casa “não é palco para exibicionismo e muito menos discursos preconceituosos. Não admitirei o desrespeito contra ninguém. O deputado Nikolas Ferreira merece minha reprimenda pública por sua atitude no dia de hoje”.
No mesmo dia, o Ministério Público Federal acionou a Câmara dos Deputados para que o caso seja apurado. A procuradora Luciana Loureiro afirmou que Nikolas se referiu de forma desrespeitosa às mulheres em geral e ofensiva às mulheres trans em especial".
Rachadinhas: corregedor afirma que foi pressionado a absolver chefe da Receita sob Bolsonaro é exonerado
O corregedor da Receita Federal João José Tafner pediu exoneração do cargo, de acordo com o Ministério da Fazenda. Ele havia denunciado que sofreu pressão por membros do governo de Jair Bolsonaro (PL) para absolver o chefe da Inteligência da Receita, Ricardo Feitosa, acusado de acessar e copiar ilegalmente, em julho de 2019, dados fiscais de adversários da família Bolsonaro. A informação é do jornal Folha de S. Paulo.
Tafner teria sido pressionado pelo então secretário da Receita Federal Julio Cesar Vieira Gomes e o à época subsecretário-geral José de Assis Ferraz Neto. Os dados acessados por Ricardo Feitosa, por sua vez, seriam do coordenador das investigações sobre o esquema das "rachadinhas", o procurador-geral de Justiça do Rio Eduardo Gussem, do empresário Paulo Marinho e do ex-ministro Gustavo Bebianno.
O atual secretário da Receita, Robinson Barreirinhas, enviou a acusação de Tafner à corregedoria do Ministério da Fazenda, por enxergar possível prevaricação, uma vez que o corregedor-geral da Receita Federal não denunciou o caso na época.
Jair Renan ganha cargo no Senado
O filho do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), Jair Renan, foi nomeado auxiliar parlamentar pleno no gabinete do senador Jorge Seif (PL-SC), ex-secretário de Pesca e Aquicultura no governo passado. NO novo trabalho, o 04 receberá um salário líquido mensal de R$ 7.642,84.
Renan terá a função de “desempenhar as atividades de pesquisas, compilação de informações e relações públicas, apoio direto em plenário ou comissões necessárias à atuação parlamentar e outras atividades correlatas determinadas pelo titular do gabinete”, segundo o (Boletim Administrativo do Senado Federal, que oficializou a nomeação.
PGR de manifesta favorável à manutenção de prisão de coronel da PM
A Procuradoria-Geral da República (PGR) se manifestou favorável à manutenção da prisão preventiva do coronel Jorge Eduardo Naime Barreto, responsável pelo Departamento Operacional da Polícia Militar do Distrito Federal durante o 8 de janeiro.
O MPF defendeu que a manutenção da prisão é necessária para manter "a lisura das investigações, a colheita de provas e, por conseguinte, a persecução penal".
Edição: Rodrigo Durão Coelho