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Qual o panorama dos casos de dengue no estado e na cidade do Rio?

Segundo dados oficiais, registros cresceram 600% na capital e 1000% no estado nas primeiras semanas de 2023

Brasil de Fato | Rio de Janeiro (RJ) |
Primeiro imunizante liberado no Brasil para pessoas que nunca entraram em contato com o vírus da dengue foi liberado pela Anvisa na última semana - Foto: divulgação/ Fiocruz

Os casos de dengue não param de crescer no Rio de Janeiro. Na capital, o número de casos registrados na segunda-feira (6) foi de 1.858, enquanto na semana passada a cidade registrava um total de 1.529 pessoas, segundo dados do Observatório Epidemiológico da cidade.

Na comparação das semanas epidemiológicas, os números são mais alarmantes: na nona semana de 2022, foram 27 casos registrados. No mesmo período deste ano são 189 registros, um aumento de 600%.

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Segundo reportagem do portal G1, a região mais afetada da cidade é a Zona Oeste, com as chamadas áreas programáticas 5.2 e 5.3 com o maior número de casos em 2023. As áreas compreendem bairros como Campo Grande, Santíssimo, Guaratiba, Santa Cruz e Paciência.

A Secretária Municipal de Saúde (SMS) disse em nota enviada à imprensa que está monitorando o aumento no número de casos e que vem intensificando ações de combate e prevenção, e também as campanhas educativas.

A SMS acrescentou ainda que a maioria dos focos do mosquito que transmite a dengue é encontrada nas residências e, por isso, conta com o auxílio da população auxilie para eliminar possíveis criadouros ou ainda solicitar ajuda com a vistoria por meio da Central de Atendimento da Prefeitura, no telefone 1746.

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Panorama estadual

Conforme já noticiado pelo Brasil de Fato, o estado do Rio de Janeiro registrou 3.509 casos de dengue, entre o início de janeiro deste ano e o dia 24 de fevereiro, segundo o Painel Estadual de Dengue da Secretaria estadual de Saúde. Até agora, houve 192 internações em todo o estado do Rio e um óbito em decorrência da doença.

Ainda de acordo com o painel, a variação no aumento de casos de dengue, considerando as seis primeiras semanas de 2023, foi de mais de 1000% na capital fluminense quando comparado com o mesmo período em 2022. Belford Roxo, na Baixada Fluminense, que havia registrado apenas quatro casos nas primeiras seis semanas de 2022, tem 78 casos, uma alta de 1.850%.

Duque de Caxias, Magé, São João de Meriti, Nova Iguaçu e Itaguaí, municípios da Baixada Fluminense e compreendidos na região metropolitana do estado, tiveram alta de mais de 1.000% no registro de casos em janeiro e fevereiro deste ano quando comparados com o mesmo período do ano passado.

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Vacina

Na última quinta-feira (2), a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou o registro de uma nova vacina contra a dengue, a Qdenga (TAK-003), do laboratório japonês Takeda Pharma. É o primeiro imunizante liberado no Brasil para pessoas que nunca entraram em contato com o vírus da dengue, mas ele também poderá ser aplicado em quem também já teve a doença.

A partir da aprovação da Anvisa, a Qdenga já pode ser comercializada no Brasil na rede privada e no Sistema Único de Saúde (SUS), caso o Ministério da Saúde decida pela sua incorporação.

InfoDengue

No final de janeiro, o InfoDengue, sistema de monitoramento de arboviroses desenvolvido por pesquisadores da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e da Fundação Getúlio Vargas (FGV), lançou um e-book gratuito sobre dengue e mudanças climáticas em territórios periféricos.

Segundo a Fiocruz, temperaturas altas, mudanças no ciclo de chuva e a incidência de secas, resultantes do processo de mudança climática, propiciam a expansão de doenças transmitidas por mosquitos como Aedes aegypti, transmissor da dengue, zika, chikungunya e febre amarela.

"Com as mudanças climáticas se tornando cada vez mais um tema presente nas atuais discussões, relacionar com o seu impacto na saúde da população que mais sofre com os seus efeitos se faz extremamente necessário", afirmou a Fiocruz.

Fonte: BdF Rio de Janeiro

Edição: Mariana Pitasse