Rio de Janeiro

ALTA DE CASOS

Estado do Rio tem mais de 3.500 casos de dengue, com internação e óbito, em menos de dois meses

Seis primeiras semanas do ano já registram 193 casos de chikungunya e 14 de zika, segundo a Secretaria estadual de Saúde

Brasil de Fato | Rio de Janeiro (RJ) |
In the first 14 weeks of the year, 525.381 dengue cases have been registered, with 181 deaths due to the disease - NIAID

O Rio de Janeiro registrou 3.509 casos de dengue, 193 de chikungunya e 14 de zika entre o início de janeiro deste ano e o dia 24 de fevereiro, segundo o Painel Estadual de Dengue da Secretaria estadual de Saúde. No caso da dengue, houve 192 internações em todo o estado do Rio e um óbito em decorrência da doença.

Segundo o painel, a variação no aumento de casos de dengue, considerando as seis primeiras semanas de 2023, foi de mais de 1.000% na capital fluminense quando comparado com o mesmo período em 2022. Belford Roxo, na Baixada Fluminense, que havia registrado apenas quatro casos nas primeiras seis semanas de 2022, tem 78 casos, uma alta de 1.850%.

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Duque de Caxias, Magé, São João de Meriti, Nova Iguaçu e Itaguaí, municípios da Baixada Fluminense e compreendidos na região metropolitana do estado, tiveram alta de mais de 1.000% no registro de casos em janeiro e fevereiro deste ano quando comparados com o mesmo período do ano passado.

Também chama a atenção a alta de casos em municípios do norte e do noroeste fluminense, como Itaperuna, que pulou de 4 para 139 casos (3.375%), Campos dos Goytacazes, que registrou 261 casos de dengue contra apenas 2 no ano passado (alta de 12.950%), e Quissamã, com 97 casos agora e 1 em 2022 (9.600%).

Já na região da baixada litorânea, São Pedro da Aldeia lidera o número de casos de dengue, com alta de 2.800% (1 em 2022 e 29 agora, em 2023). Em Resende, na região do médio Paraíba a alta foi de 1.800% (de 2 casos para 38 agora). Paraty, na região da baía da Ilha Grande, tem 43 casos em 2023 e apenas 2 em 2022 (alta de 2.050%).

Na média dos municípios, a alta no estado do Rio em casos de dengue foi de 744%, um salto de 257 para 2.170. Dados de alguns municípios não foram contabilizados porque, segundo a Secretaria estadual de Saúde, não foi possível estabelecer comparação com o ano anterior.

InfoDengue

Na terça-feira (28), o InfoDengue, sistema de monitoramento de arboviroses desenvolvido por pesquisadores da Fiocruz e da Fundação Getúlio Vargas (FGV), lançou um e-book gratuito sobre dengue e mudanças climáticas em territórios periféricos.

Segundo a Fiocruz, temperaturas altas, mudanças no ciclo de chuva e a incidência de secas, resultantes do processo de mudança climática, propiciam a expansão de doenças transmitidas por mosquitos como Aedes aegypti, transmissor da dengue, zika, chikungunya e febre amarela.

"Com as mudanças climáticas se tornando cada vez mais um tema presente nas atuais discussões, relacionar com o seu impacto na saúde da população que mais sofre com os seus efeitos se faz extremamente necessário", afirmou a Fiocruz.

Edição: Eduardo Miranda