O Rio de Janeiro registrou 3.509 casos de dengue, 193 de chikungunya e 14 de zika entre o início de janeiro deste ano e o dia 24 de fevereiro, segundo o Painel Estadual de Dengue da Secretaria estadual de Saúde. No caso da dengue, houve 192 internações em todo o estado do Rio e um óbito em decorrência da doença.
Segundo o painel, a variação no aumento de casos de dengue, considerando as seis primeiras semanas de 2023, foi de mais de 1.000% na capital fluminense quando comparado com o mesmo período em 2022. Belford Roxo, na Baixada Fluminense, que havia registrado apenas quatro casos nas primeiras seis semanas de 2022, tem 78 casos, uma alta de 1.850%.
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Duque de Caxias, Magé, São João de Meriti, Nova Iguaçu e Itaguaí, municípios da Baixada Fluminense e compreendidos na região metropolitana do estado, tiveram alta de mais de 1.000% no registro de casos em janeiro e fevereiro deste ano quando comparados com o mesmo período do ano passado.
Também chama a atenção a alta de casos em municípios do norte e do noroeste fluminense, como Itaperuna, que pulou de 4 para 139 casos (3.375%), Campos dos Goytacazes, que registrou 261 casos de dengue contra apenas 2 no ano passado (alta de 12.950%), e Quissamã, com 97 casos agora e 1 em 2022 (9.600%).
Já na região da baixada litorânea, São Pedro da Aldeia lidera o número de casos de dengue, com alta de 2.800% (1 em 2022 e 29 agora, em 2023). Em Resende, na região do médio Paraíba a alta foi de 1.800% (de 2 casos para 38 agora). Paraty, na região da baía da Ilha Grande, tem 43 casos em 2023 e apenas 2 em 2022 (alta de 2.050%).
Na média dos municípios, a alta no estado do Rio em casos de dengue foi de 744%, um salto de 257 para 2.170. Dados de alguns municípios não foram contabilizados porque, segundo a Secretaria estadual de Saúde, não foi possível estabelecer comparação com o ano anterior.
InfoDengue
Na terça-feira (28), o InfoDengue, sistema de monitoramento de arboviroses desenvolvido por pesquisadores da Fiocruz e da Fundação Getúlio Vargas (FGV), lançou um e-book gratuito sobre dengue e mudanças climáticas em territórios periféricos.
Segundo a Fiocruz, temperaturas altas, mudanças no ciclo de chuva e a incidência de secas, resultantes do processo de mudança climática, propiciam a expansão de doenças transmitidas por mosquitos como Aedes aegypti, transmissor da dengue, zika, chikungunya e febre amarela.
"Com as mudanças climáticas se tornando cada vez mais um tema presente nas atuais discussões, relacionar com o seu impacto na saúde da população que mais sofre com os seus efeitos se faz extremamente necessário", afirmou a Fiocruz.
Fonte: BdF Rio de Janeiro
Edição: Eduardo Miranda