Integrantes de movimentos populares foram às ruas nesta segunda-feira (27) para distribuição de refeições e alimentos in natura para celebrar a volta do Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (Consea). Organizada pelo coletivo Banquetaço, a ação foi realizada em dezenas de cidades de todas as partes do país.
Nesta terça (28), uma cerimônia em Brasília vai formalizar o retorno das atividades do Conselho. A entidade voltará a ser presidida pela nutricionista e pesquisadora Elisabetta Recine, que estava no cargo quando o governo de Jair Bolsonaro (então no PSL) decidiu encerrar as atividades.
Composto por entidades e cidadãos da sociedade civil, o órgão voltará a trabalhar na formulação de políticas públicas de combate à fome e incentivo à produção de alimentos saudáveis no país. Para celebrar a volta de estrutura tão importante, o dia foi de festa.
O perfil do Instagram @coletivobanquetaco acompanha as mobilizações durante todo o dia. Confira abaixo fotos de alguns dos 'banquetaços' realizados nesta segunda.
Campina Grande (PB)
Militantes do Movimento de Atingidos por Barragens (MAB) se juntaram a integrantes de outros movimentos populares para preparação e distribuição de alimentos na cidade paraibana de Campina Grande. As refeições foram servidas acompanhadas de sucos de frutas.
"A maioria da população mais pobre o que come é salsicha, miojo e enlatados. Isto não é alimento. Este banquetaço que estaremos realizando é com uma diversidade de alimentos que estão vindo da agricultura familiar", disse a conselheira do Consea Roselina Vitor, em entrevista à Rádio Correio FM.
Fortaleza (CE)
A Escola de Gastronomia Social de Fortaleza participou da organização e da distribuição de alimentos. Alunos da escola, que oferece cursos na área de gastronimia, prepararam pães, sopas e bolos que foram distribuídos à população.
Os estudantes ainda participaram da primeira aula online do curso "Soberania Alimentar na Disputa de Projetos entre Agri(cultura) e Agro(negócio)".
Palmas (TO)
Em Palmas (TO) a distribuição de alimentos aconteceu na Estação Apinajé, um dos principais pontos do transporte público na cidade. Os movimentos populares tiveram apoio de diversas entidades, como a Universidade Federal do Tocantins (UFT)
"O mais importante do movimento é a mobilização e a participação de diferentes setores da sociedade, que se preocupam com a questão da alimentação ou seja da segurança e insegurança alimentar e nutricional , assim como a soberania alimentar das comunidades rurais, tais como agricultores familiares, comunidades tradicionais e outros", disse a professora Keile Beraldo, do curso de Ciências Econômicas da UFT.
Sertãozinho (SP)
O Viveiro Municipal de Sertãozinho (SP) recebeu, além da distribuição de alimentos, uma série de outras atividades, como rodas de conversa, passeio por uma horta educacional e apresentações culturais. Quem passou por lá também recebeu mudas de árvores.
São Paulo (SP)
Reconhecido pela militância pelos direitos humanos, especialmente pela defesa da população em situação de rua, o padre Julio Lancellotti participou da distribuição de alimentos na Praça da República, região central da capital paulista. Cerca de 1.000 pratos foram entregues.
As refeições foram produzidas na cozinha da Ocupação 9 de Julho, que serve os já tradicionais almoços de domingo. Os pratos foram preparados com apoio de chefes de cozinha que se envolveram com o projeto.
Porto Alegre (RS)
Na capital gaúcha, Porto Alegre, o almoço foi servido no Largo Glênio Peres, um dos espaços mais tradicionais de mobilização na capital gaúcha. Centenas de refeições preparadas por cozinhas solidárias foram entregues às pessoas que passaram pelo local.
Dourados (MT)
Em Dourados (MS) o ato aconteceu logo cedo, com um café da manhã com muitas frutas e sucos. A arrecadação foi feita junto a produtores da região.
"É importante esse diálogo com a sociedade para demonstrar que o município está participando das ações de segurança alimentar. Tivemos a colaboração dos agricultores familiares, que contribuíram com frutas", explica a presidente do Conselho Municipal de Segurança Alimentar (Comsea) de Dourados, a nutricionista Danielly de Oliveira Santos Moreira.
Edição: Thalita Pires