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Movimentos populares preparam ações contra a política do BC e por aumento do salário mínimo

Ações vão questionar papel do Banco Central na política econômica do país e alinhamento do presidente com bolsonarismo

Brasil de Fato | Brasília (DF) |
Campos Neto foi indicado ao cargo pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) - Raphael Ribeiro/BCB

Movimentos populares preparam uma ofensiva contra atual política econômica do Banco Central, chefiado por Roberto Campos Neto, indicado à presidência por Jair Bolsonaro (PL). A informação, que ainda não foi divulgada publicamente, foi apurada pelo Brasil de Fato junto a lideranças do campo democrático e popular.

Diversas ações com o mote "Fora Campos Neto" estão sendo estudadas por movimentos e entidades com atuação na questão agrária, no campo sindical e nas juventudes.

A previsão é de que a articulação e a mobilização para as atividades ocorram durante o mês de fevereiro e que, a partir do início de março, as primeiras ações contra o presidente do BC ganhem as ruas.

Entre as possibilidades, estão a organização de manifestações e protestos de rua em capitais brasileiras, a divulgação cartas e manifestos contra o atual chefe do BC, além de campanhas nas redes sociais.

::Inflação atinge 5,79% em 2022 e ultrapassa meta em 2 dos 4 anos de governo Bolsonaro::

A política de valorização do salário mínimo, uma das promessas de campanha do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), também será um dos temas explorados na jornada de lutas.

A disputa entre Lula e Campos Neto, principal alvo dos movimentos populares, tomou conta do noticiário nas últimas semanas. O debate acalorado entre os dois tem como foco a taxa básica de juros da economia, a Selic, que traz repercussões para toda a economia e a política nacional.

O BC é o órgão estatal responsável pelo controle da inflação no país e, para isso, usa, principalmente, a taxa básica de juros. A forma como o BC tem usado essa taxa, entretanto, atrapalha o crescimento da economia, na visão de Lula. Por isso, o presidente tem criticado a gestão do órgão até o fato de ele ser, atualmente, independente do governo federal.

Edição: Rodrigo Durão Coelho