A Polícia Federal cumpriu 5 mandados de prisão nesta sexta-feira (27), no âmbito da Operação Lesa Pátria, que investiga os atos golpistas do dia 8 de janeiro, em Brasília. Entre os detidos, está Maria de Fátima Mendonça Jacinto Souza, de 67 anos, que ficou conhecida como “Fátima de Tubarão.”
Durante a invasão e depredação do Superior Tribunal Federal (STF), as imagens de Maria de Fátima viralizaram. No registro, ela afirma: “Vamos para a guerra, é guerra agora. Vamos pegar o Xandão agora”, disse a idosa, se referindo ao ministro Alexandre de Moraes.
Maria de Fátima, natural de Tubarão, em Santa Catarina, foi condenada por tráfico de drogas, em 2014, e teve a pena estipulada em 3 anos, 10 meses e 20 dias, mas não cumpriu, pois a sentença foi revertida em medidas restritivas de direitos.
Além disso, a idosa também responde a processos por falsificação de documentos e estelionato. Maria de Fátima teria utilizado a identidade de outra mulher para adquirir linhas telefônicas.
Em Minas Gerais, o advogado Eduardo Antunes Barcelos, assessor Jurídico da Santa Casa de Cataguases, na Zona da Mata Mineira, foi preso em sua casa. Quando o Palácio do Planalto foi invadido pelos golpistas, ele gravou um vídeo celebrando e mostrando o próprio rosto.
“Invadimos. Olha o povo subindo a rampa, gás lacrimogêneo, bomba, e o povo reintegrando posse. Abaixo o comunismo. É isso aí gente, invasão. Invadimos. Loucura, loucura, loucura, olha aí. Povo guerreiro”, afirmou Barbosa na gravação.
Marcelo Eberle Motta, conhecido como Marcelo Mito, foi preso Juiz de Fora (MG), onde coordena o movimento “Direita vive!”. Em novembro de 2021, ele foi preso em flagrante por incitação à violência, após estimular a agressão de uma mulher de 37 anos que apoiava o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Marcelo carrega o apelido “Mito” por sua devoção ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que abandonou o país em 3o de dezembro do ano passado, rumo aos EUA, onde permanece. Em Juiz Fora chegou a organizar manifestações contra o fechamento dos comércios no auge da pandemia.
Acusado de financiar uma excursão de 20 ônibus até Brasília, no dia 8 de janeiro, o empresário Cláudio Mazzia, sócio da Construtora Mazzia, também foi preso por agentes da Polícia Federal.
O empresário estava em casa, em Londrina (PR) quando foi detido. Em sua residência e no escritório da Construtora Mazzia, a Polícia Federal cumpriu mandados de busca e apreensão.
O quinto detido é José Fernando Honorato de Azevedo, de 66 anos, policial federal aposentado, que é de Brasília, mas foi preso em Goiânia (GO). Em 9 de janeiro, um dia após as manifestações golpistas, o ex-agente publicou em suas redes sociais um vídeo, em que dizia haver “infiltrados” na depredação das sedes do Palácio do Planalto, STF e Congresso Nacional.
Em 2018, Azevedo foi candidato a deputado distrital, no Distrito Federal, pelo PRP e não se elegeu, pois teve pífios 2.826 votos, 0,02% do total. Ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) declarou possuir R$ 786 mil em patrimônio.
Operação Lesa Pátria
A Polícia Federal informou que 11 mandados de prisão preventiva e 27 mandados de busca e apreensão serão cumpridos em cinco estados e no DF, nesta sexta-feira. As ações estão divididas da seguinte forma:
Distrito Federal: 2 mandados de prisão, 4 de busca e apreensão
Espírito Santo: 4 mandados de prisão, 8 de busca e apreensão
Minas Gerais: 2 mandados de prisão, 4 de busca e apreensão
Paraná: 1 mandado de prisão, 1 de busca e apreensão
Rio de Janeiro: 1 mandado de prisão, 9 de busca e apreensão
Santa Catarina: 1 mandado de prisão, 1 de busca e apreensão
Leonardo Rodrigues de Jesus, o Léo Índio, sobrinho de Jair Bolsonaro, foi alvo de busca e apreensão. Ele estava na invasão ao Palácio do Planalto e gravou vídeos mostrando a ação dos golpistas.
Edição: Rodrigo Durão Coelho