O relatório da intervenção federal na área de segurança pública do Distrito Federal, apresentado pelo interventor Ricardo Cappelli, nesta sexta-feira (27), faz uma descrição minuciosa sobre o acampamento golpista que ficou montado por mais de dois meses em frente ao Quartel-General do Exército, em Brasília. Entre as informações levantadas, está a ocorrência de dezenas de crimes, incluindo roubos e furtos. O acampamento chegou a reunir cerca de 4 mil pessoas nos momentos de pico, inclusive nos dias que antecederam os atos golpistas de 8 de janeiro.
"A nossa Polícia registrou 73 ocorrências policiais no acampamento, nesses pouco mais de dois meses em que ele funcionou. Ocorrências policiais de roubo, furto. Foi um ambiente onde circularam criminosos. Isso é comprovado pelas ocorrências policiais".
:: Alerta de inteligência sobre atos golpistas foi ignorado por comando da Segurança Pública do DF ::
Segundo Ricardo Cappelli, a estrutura do local impressionava, incluindo cozinha, banheiros, geradores, algo atípico para um acampamento convencional. "Você tinha toda uma estrutura montada, uma verdadeira minicidade terrorista. Tem fotos que demonstram a evolução da montagem desse acampamento", descreveu.
O relatório descreve as tentativas das polícias e forças de segurança do DF tentaram fazer incursões no acampamento, para coibir o comércio ilegal e desmobilizar, mas todas elas recusadas pelo Exército, que deu guarida aos terroristas durante todo esse período.
"Todos os distúrbios no DF, durante esse período, esses elementos saíam do acampamento, praticavam atos e retornavam ao acampamento no Setor Militar Urbano", afirmou Capelli. "O que aconteceu no dia 8 é fruto de uma escalada de eventos, que começam logo após o resultado das eleições, e a vitória do presidente Lula, e que culminam no dia 8", observou o interventor.
O relatório mostra que o acampamento teve idas e vindas em termo de fluxo de pessoas. Após a posse de Lula, os dias seguintes registraram um forte refluxo, dando a entender que o acampamento se esvaziaria por completo, o que pode ter sido uma estratégia para despistar as autoridade. Porém, já no dia 6 de janeiro, o acampamento explode novamente e registra cerca de 4 mil pessoas.
Ainda segundo o levantamento do interventor federal, mais de 300 veículos que estavam estacionados no acampamento e davam suporte aos golpistas foram mapeados, mostrando a "geografia" da mobilização golpista, e de onde partiram as caravanas.
:: Clique aqui para receber notícias do Brasil de Fato DF no seu Whatsapp ::
Fonte: BdF Distrito Federal
Edição: Flávia Quirino