A Agência Brasileira de Inteligência (Abin) identificou os responsáveis por financiar 103 ônibus utilizados em caravanas para os atos golpistas realizados pro bolsonaristas nos prédios dos Três Poderes, em Brasília.
Nos relatórios enviados à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do 8 de Janeiro, a Abin identificou que Sindicato Rural da cidade de Castro (PR) financiou dois ônibus. A organização já havia sido citada pela Advocacia Geral da União (AGU) na lista de supostos financiadores dos atos.
O Movimento Brasil Verde Amarelo, organização de produtores rurais do Centro-Oeste, também aparece nos documentos da Abin como "articuladores dos atos intervencionistas". "[O Movimento] foi um dos principais articuladores dos atos intervencionistas e em apoio ao ex-presidente da República Jair Bolsonaro nos últimos anos, com recursos econômicos e disposição para financiar transporte de manifestantes e ações extremistas", diz o relatório.
O grupo de ruralistas também teria financiado os acampamentos golpistas em frente ao Quarto General do Exército em Brasília e os bloqueios de rodovias após a derrota de Jair Bolsonaro (PL) para o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nas eleições do ano passado.
Em 2021, o Movimento inclusive teria financiado o transporte de bolsonaristas para os atos de 7 de setembro, em Brasília, convocados por Bolsonaro.
Além dos relatórios enviados à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do 8 de Janeiro pela Abin, a Polícia Rodoviária Federal (PRF) informou que, no dia 7 de janeiro, 105 ônibus fretados chegaram em Brasília, transportando 3.951 passageiros. No dia seguinte, quando foram realizados os atos criminosos, mais 40 ônibus chegaram à capital federal.
Edição: Leandro Melito