Mobilização

Contra o governo Boluarte, sindicatos do Peru anunciam greve geral

Ato principal será em Lima e contará com pessoas vindas de caravanas de todo o país

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A presidenta do Peru, Dina Boluarte - Lucas Aguayo / AFP

A Confederação Geral dos Trabalhadores do Peru (CGTP) anunciou que se realizará nesta quinta-feira (19/01) uma greve nacional, para exigir a renúncia imediata da presidente Dina Boluarte.

Segundo o canal TeleSUR, a entidade está finalizando os detalhes do evento principal, que acontecerá na Praça 2 de Maio, no Centro de Lima, e contará com a presença de dezenas de milhares de pessoas que estão chegando à capital em caravanas que partiram de todo o país, organizada por movimentos sociais, camponeses, sindicais e indígenas. Outros atos menores devem ser realizados nas principais cidades do país.

A estimativa é de que ao menos 30 mil pessoas do interior do país estarão na capital peruana para participar do ato principal, o que leva os organizadores de evento a projetar um público total de mais de 100 mil pessoas, contando com os apoiadores locais.

A iniciativa pretende repetir o feito no ano 2000, quando se realizou ato semelhante para contestar a fraude eleitoral que favoreceu Alberto Fujimori no pleito presidencial daquele ano – graças àquela pressão popular, a vitória do caudilho naquela ocasião terminou não sendo reconhecida legalmente.

Aquele episódio ficou conhecido no país como “Marcha dos Quatro Suyos”, nome que faz referência às quatro regiões nas quais se dividia Tahuantinsuyo, como era chamado o Império Inca.

Além da renúncia de Boluarte, os movimentos exigem sua responsabilização pelas 47 mortes [46 civis e um policial] registradas até agora nas manifestações ocorridas no país desde dezembro, a realização de novas eleições gerais no país ainda em 2023 [e não em 2024, como prevê o projeto de lei do governo que tramita no Congresso] e a convocação de uma assembleia constituinte, para substituir a atual, imposta em 1993 pelo ditador Fujimori.

Uma pesquisa divulgada recentemente pelo Instituto de Estudos Peruanos (IEP) mostra que a presidente a presidente é rejeitada por 71% da população. Esta é a primeira pesquisa que a entidade realiza para medir a popularidade da mandatária, que assumiu o poder no dia 7 de dezembro de 2022.