Crise

Peru: MP confirma 8 inquéritos sobre repressão; pressões por renúncia da presidenta aumentam

Movimentos populares estão nas ruas desde que Pedro Castillo foi destituído; mais de 40 mortes já foram registradas

Brasil de Fato | Caracas (Venezuela) |

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País vive intensas jornadas de protestos quem pedem a saída da presidente Dina Boluarte - Alfredo Velarde/AFP

O Ministério Público do Peru confirmou nesta sexta-feira (13) que já foram abertos oito inquéritos para investigar os responsáveis pelas mortes durante os protestos que ocorrem em várias cidades do país desde o final do ano passado.

Segundo o órgão, 42 pessoas já morreram em episódios violentos ocorridos entre dezembro de 2022 e janeiro de 2023. "O Ministério Público garante que as investigações sejam realizadas com estrito respeito às leis que regem o país e aos direitos humanos, com ordem, firmeza e celeridade", afirmou o MP em comunicado.

O Peru vive intensas jornadas de protestos que se iniciaram no último mês após a destituição do ex-presidente Pedro Castillo. Diversos movimentos populares estão nas ruas para exigir a saída da atual presidenta, Dina Boluarte, e a realização de novas eleições ainda no primeiro semestre deste ano.

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Nesta quarta-feira (10), o MP já havia anunciado a abertura de uma investigação contra a própria mandatária peruana e membros de seu gabinete pelos supostos crimes de "genocídio, homicídio qualificado e lesões graves".

Movimentos sociais peruanos denunciam diversos episódios de repressão violenta por parte das autoridades do país e responsabilizam a presidenta pelos mortos e feridos. A estimativa da Coordenadora Nacional de Direitos Humanos do Peru (CNDDHH) é maior do que a do MP, registrando 44 mortes de civis durante os protestos.

Pressão por renúncia

Em meio às investigações e aos protestos que seguem sendo convocados, as pressões pela renúncia de Boluarte aumentam. Ainda nesta quarta-feira, a CNDDHH classificou as repressões que ocorreram nas regiões de Juliaca e Ayacucho na última terça-feira (9) como "massacres" por terem deixado 17 mortos e 112 feridos, segundo a organização.

"Isso demonstra um total desprezo da presidente Dina Boluarte e de seu governo pela vida humana. Os ministros e a presidenta Boluarte terão que assumir sua responsabilidade política e jurídica por esse massacre e responder em tribunais nacionais e internacionais", afirmou em comunicado.

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Já nesta sexta-feira, o governador do departamento de Cusco, Wener Álvarez, se somou aos pedidos feitos durante essa semana pelos governadores de Puno, Richard Soncco, e Apurímac, Percy Medina, pedindo a renúncia da presidente.

"Exigimos a renúncia imediata de Dina Boluarte da Presidência da República e a pronta convocação de eleições a nível nacional, considerando que é o clamor da totalidade do povo", afirma o comunicado do governador.

Edição: Arturo Hartmann