O governador afastado do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), se manifestou pela primeira vez após ter seu afastamento do cargo determinado por decisão do Supremo Tribunal Federal (STF). Em nota divulgada em suas redes sociais, na tarde desta segunda-feira (9), ele diz que confia no curso da apuração de responsabilidades e afirma também repudiar "as cenas de barbarismo amplamente divulgadas".
Sobre a decisão de Moraes, o governador agora afastado indica que, por enquanto, não recorrerá da decisão que o tirou do cargo por três meses, pelo menos. "Respeito a decisão do ministro Alexandre de Moraes, mas reitero minha fé na Justiça e nas instituições democráticas. Vou aguardar com serenidade a decisão sobre as responsabilidades nos lamentáveis que ocorreram em nossa capital".
Nota oficial. pic.twitter.com/jgy6T5ovZk
— Ibaneis Rocha (@IbaneisOficial) January 9, 2023
No lugar de Ibaneis, assume o cargo a vice-governadora Celina Leão (PP), que também é apoiadora fervorosa de Jair Bolsonaro, e aliada próxima do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL).
Em nota, o Movimento Democrático Brasileiro do Distrito Federal (MDB/DF) disse que respeita a decisão do ministro Alexandre de Moraes, que determinou o afastamento de Ibaneis Rocha, no entanto discorda da decisã por considerar que "representa uma intervenção contra a autonomia política e administrativa do Distrito Federal, sem a devida apuração dos fatos", aponta trecho da nota enviada à imprensa.
Impeachment
Mesmo com o afastamento do cargo, de forma temporária, Ibaneis Rocha agora será alvo de ao menos três pedidos de impeachment na Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF). O primeiro pedido já foi protocolado pelo PV, na manhã desta segunda.
Nesta tarde, outros dois pedidos similares estão previstos: um da bancada do PSOL, por meio dos deputados Max Maciel e Fábio Félix, e outro apresentado pelo PSB, que tem a deputada distrital Dayse Amarílio como representante.
Intervenção
Ontem (8), após a depredação dos principais prédios da República, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva decretou intervenção federal na segurança pública do DF até 31 de janeiro.
"Lamentavelmente, quem tem que fazer a segurança do Distrito Federal é a Polícia Militar do DF, que não fez. Houve, eu diria, incompetência, má vontade ou má fé das pessoas que cuidam a segurança pública no Distrito Federal. Não é a primeira vez. Vocês vão ver nas imagens que eles estão guiando as pessoas na caminhada até a Praça dos Três Poderes", afirmou Lula. O interventor nomeado é Ricardo Cappelli, secretário-executivo do Ministério da Justiça, que comanda pessoalmente as ações de segurança na capital do país desde então.
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Fonte: BdF Distrito Federal
Edição: Flávia Quirino