A Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) contratou funcionários fantasmas ligados a dois deputados bolsonaristas, segundo apuração do UOL: a deputada federal Soraya Santos e o deputado estadual Dr. Serginho, ambos do PL do Rio de Janeiro, mesmo partido do presidente Jair Bolsonaro.
Pelo menos 45 contratados pela Uerj teriam ligação com os parlamentares, atuando como cabos eleitorais. Alguns dos contratados disseram ao UOL que apoiaram informalmente ou com vínculo empregatício as campanhas dos deputados.
No total, os 45 funcionários receberam R$ 2.314 milhões da Uerj durante o período de campanha eleitoral deste ano, da qual os parlamentares saíram reeleitos. Os valores eram provenientes de recursos da Fundação de Apoio à Escola Técnica enviados à universidade.
Dr. Serginho ao lado de Flávio Bolsonaro / Reprodução/Instagram
Alguns desses funcionários, entretanto, afirmam que foram incluídos na lista de contratados indevidamente e que não têm ligação com a universidade. Um deles disse ao UOL que receberia R$ 18 mil para fazer campanha para Soraya Santos em Nova Friburgo, mas não chegou a realizar o trabalho.
Outro, Cailan da Silva Cardoso, afirmou que encaminhou os documentos para a contratação, mas nunca recebeu o dinheiro. De acordo com a lista, este último teria recebido R$ 26 mil em agosto da Uerj. "Nunca fiz nada, nem recebi nada da Uerj e não sei como usaram meus dados. Vou acionar meu advogado", disse Cardoso.
Tanto Soraya quanto Dr. Serginho são próximos da família Bolsonaro. Ela é próxima da primeira-dama Michelle Bolsonaro. Ele, do senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ). Ambos participaram de atos de campanha de Jair no Rio de Janeiro.
Argentino das fake news teria ligação com PL e Bolsonaro
O argentino Fernando Cerimedo, responsável por publicações contra o processo eleitoral brasileiro, teria ligações com pessoas ligadas ao PL e ao governo Bolsonaro, de acordo com arquivos divulgados pelo próprio Cerimedo. A informação é de reportagem da Folha de S. Paulo.
Neste domingo (11), o argentino divulgou um documento intitulado "dados para auditoria". Nesta pasta, há indicações de elo entre Cerimedo e a empresa Gaio.io, a mesma que participou da auditoria contratada pelo PL, capitaneada pelo Instituto Voto Legal (IVL). Outro arquivo ainda tem como um dos proprietários Angelo Denicoli, militar da reserva que integrou o Ministério da Saúde e hoje é assessor da Presidência da Petrobras.
Fernando Cerimedo, responsável pelo canal "La Derecha Diário" / Reprodução/YouTube
Em 23 de novembro, o presidente do PL Valdemar Costa Neto afirmou que a suposta fraude eleitoral, já desmentida, teria sido descoberta por um "gênio de Uberlândia". Coincidentemente, o CNPJ da Gaio.io é registrado no município mineiro.
"Nós contratamos uma empresa de homens altamente qualificados para poder acompanhar as eleições, e eles, por coincidência e talvez por tecnologia, conseguiram atingir esse objetivo de conseguir algo palpável no segundo turno", disse o presidente do PL, um dia após pedir a anulação do segundo turno das eleições ao TSE.
"No segundo turno eles aumentaram a equipe, trouxeram um gênio lá de Uberlândia e que ajudou muito a gente. Aí ele descobriu esse problema que o nosso pessoal não tinha descoberto. Então nós fomos obrigados a colocar isso aí."
União é condenada a pagar R$ 60 mil a filho de Lula e esposa
A União foi condenada a indenizar Fábio Luís Lula da Silva, filho do presidente eleito Lula (PT), e sua esposa, Renata de Abreu Moreira, em R$ 60 mil por danos morais. Conversas de ambos entre amigos e familiares foram grampeadas e divulgadas no âmbito da Operação Lava Jato.
Sergio Moro / Foto: Dálie Felberg/Alep
A juíza Ana Lucia Petri Betto, da 6ª Vara Cível Federal de São Paulo, entendeu que a ação determinada pelo então juiz Sergio Moro, em 2016, implicou em "verdadeira mácula à personalidade" do casal, "transcendendo o mero aborrecimento". Segundo a decisão da juíza, o casal chegou a ser vítima de episódios de violência após a divulgação.
Nenhum dos diálogos divulgados por Moro tinha relação com os fatos investigados pela Lava Jato.
Roberto Jefferson e filha viram réus por ataques contra Cármen Lúcia
O ex-deputado federal Roberto Jefferson e sua filha, a ex-deputada Cristiane Brasil (PTB-RJ), passaram a ser réus no processo que corre no Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo (TRE-SP) após atacarem a ministra do Supremo Tribunal Federal (STF) Cármen Lúcia.
Roberto Jefferson / Reprodução
"Há indícios de autoria e elementos probatórios quanto à materialidade do crime. A alegada finalidade eleitoral da injúria, a afastar a caracterização do crime previsto no Código Penal, está suficientemente justificada, quer pela divulgação poucos dias antes do segundo turno da eleição presidencial, quer pela circunstância da ré ter se candidatado ao cargo de Deputada Federal por São Paulo e utilizado a conta 'crisbrasilreal' previamente informada ao TRE-SP para fins eleitorais", escreveu a juíza em sua decisão.
Damares e Michelle Bolsonaro recebem medalha por "relevantes serviços"
A ex-ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos do governo de Jair Bolsonaro (PL), Damares Alves (Republicanos), e a primeira-dama Michelle Bolsonaro receberam, nesta segunda-feira (12), a medalha da Ordem do Mérito Legislativo da Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF).
No total, a medalha foi concedida a 48 personalidades ou entidades pelos serviços relevantes prestados do Distrito Federal.
Damares, por meio das redes sociais, agradeceu a condecoração. "Nesta manhã, fui agraciada com a Medalha da Ordem do Mérito Legislativo do Distrito Federal, concedida pela Câmara Legislativa do DF. A medalha é fruto da indicação do meu amigo, Deputado Distrital, Iolando, um grande parlamentar e ativista pelos direitos das Pessoas com Deficiência no DF. Agradeço ao amigo, Deputado Iolando, ao Presidente da Câmara, Deputado Rafael Prudente, e a todos os parlamentares pelo reconhecimento a minha atuação pela garantia dos direitos humanos aqui no nosso amado DF", escreveu a ex-ministra no Twitter.
Edição: Nicolau Soares
