O Ministério Público Federal pediu uma investigação sobre a formatação dos computadores do Palácio do Planalto, realizada após o segundo turno das eleições. Os aparelhos foram formatados e, com isso, todo o conteúdo foi apagado.
Segundo apuração do Metrópoles, os funcionários de informática foram informados que o sistema de antivírus da Presidência teria detectado uma ameaça em algumas estações de trabalho e, portanto, seria necessária a formatação dos computadores.
Em comunicado, a Procuradoria afirmou que “os fatos são graves e suficientes para instaurar uma investigação”. O MPF pediu à Secretaria-Geral da Presidência informações de quem partiu a ordem para a formatação dos computadores e se houve uma apuração sobre os possíveis responsáveis pela ameaça.
“O Ministério Público sustenta também que a Presidência da República não esclareceu se computadores foram formatados, se arquivos foram danificados ou apagados, se dados sensíveis foram vazados, se dados públicos foram perdidos ou se houve investigação sobre a origem do ataque", afirmou ainda em comunicado.
::Renan Calheiros afirma que Bolsonaro está “apavorado” e que anistia “não acontecerá”::
"Faz-se necessário, assim, para a adequada proteção do patrimônio público e para a segurança da informação constante de bancos de dados da maior relevância para o Estado brasileiro, que todas as circunstâncias do suposto ataque e da suposta formatação sejam apuradas, bem assim que os agentes públicos envolvidos na ocorrência sejam ouvidos, para melhor esclarecer os fatos, seus desdobramentos e consequências.”
Em nota, a Secretaria-Geral da Presidência afirmou que "não houve vazamento, perda de dados institucionais e nem comprometimento de sistemas hospedados na rede da Presidência da República”.
A pasta também informou que “os arquivos institucionais ficam armazenados em servidor de arquivos no Centro de Dados da Presidência da República e que a política de segurança prevê o backup regular desses dados, bem como a conscientização dos colaboradores quanto à abertura de arquivos ou links suspeitos recebidos por e-mail ou outras fontes".
Ministros do STF são hostilizados por bolsonaristas em Nova Iorque
Manifestantes bolsonaristas hostilizaram ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) em Nova Iorque, neste domingo (13). Os magistrados estão na cidade estadunidense para participar do evento do Lide Brazil Conference, que ocorre entre 14 e 15 de novembro, onde falarão sobre o “Brasil e o respeito à liberdade e à democracia”.
Em imagens divulgadas nas redes sociais, os bolsonaristas gritam e xingam os magistrados em frente ao hotel e em outros lugares da cidade.
➡️ Barroso é perseguido por bolsonarista nos EUA e responde: “Feliz pelo Brasil”
— Metrópoles (@Metropoles) November 14, 2022
Ministro do STF é perseguido e ameaçado por apoiadora de Bolsonaro, que diz que “povo é maior do que a Suprema Corte” e ameaça: "Cuidado!" pic.twitter.com/EMSQAVwuc9
Um dos manifestantes gritou para Gilmar Mendes: “o que é seu está guardado, seu bandido”, quando o ministro saiu do hotel. Na Times Square, Luís Roberto Barroso é abordado por uma mulher, que diz: “Nós vamos ganhar essa luta. Nós vamos ganhar essa luta. O senhor está entendendo? Que a gente vai ganhar essa luta, cuidado. O povo brasileiro é maior do que a nossa Suprema Corte”.
STF mantém decisão de Moraes sobre bloqueio de perfis do PCO
O plenário do STF votou pela manutenção da decisão do ministro Alexandre de Moraes que determinou, ainda em junho, o bloqueio das redes sociais do Partido da Causa Operária (PCO), na última sexta-feira (6).
Os ministros negaram os recursos apresentados por Twitter, Telegram, Tik Tok, Google (proprietário do YouTube) e Meta (Facebook e Instagram), que pediram a exclusão apenas dos conteúdos ilegais dos perfis.
Segundo Moraes, relator do inquérito, no entanto, as empresas não apresentaram argumentos válidos. “O recorrente não apresentou qualquer argumento minimamente apto a desconstruir os óbices apontados. Nesse contexto, não há reparo a fazer no entendimento aplicado”, afirmou ministro em relatório.
Moraes foi acompanhado pelos ministros Ricardo Lewandowski, Dias Toffoli, Edson Fachin, Roberto Barroso, Gilmar Mendes, Luiz Fux, Cármen Lúcia e Rosa Weber. Somente Kássio Nunes Marques e André Mendonça, ambos indicados por Jair Bolsonaro, se posicionaram contra a decisão de Moraes.
O bloqueio ocorreu depois que o PCO chamou Alexandre de Moraes de “skinhead de toga” e disse que o magistrado está em “sanha por ditadura”. A sigla também pediu a “dissolução do STF”, em consonância a grupos da extrema-direita.
Roberto Jefferson é multado em R$ 32 mil por declarações homofóbicas
O ex-deputado Roberto Jefferson foi multado em R$ 31.970 pela Secretaria da Justiça do Estado de São Paulo por declarações homofóbicas. O caso foi aberto depois que a ex-vereadora Soninha Francine denunciou o bolsonarista em 2020.
Em julho daquele ano, em entrevista ao canal do Facebook, Questione-se, Roberto Jefferson afirmou que os ministros do STF são “sodomitas”. De acordo com o dicionário, o termo diz respeito àqueles que praticam sodomia, isto é, sexo anal com um homem ou uma mulher.
O ex-presidente do PTB também chamou o ministro Edson Fachin de “Carmen Miranda”, o ministro Luís Roberto Barroso de “Lulu Boca de Veludo”, o ministro Gilmar Mendes de “Sapão” e o ministro Luiz Fux de “beija-pé”.
Segundo o secretário da Justiça, Fernando José da Costa, Roberto Jefferson “extrapolou o uso da liberdade de expressão. (...) Embora seja um direito fundamental, não é absoluto, porque ele não pode ser justificativa para a LGBTfobia e o preconceito. São Paulo não tolera a intolerância”.
Corregedor do Ministério Público manda procuradora bolsonarista apagar publicações golpistas
O corregedor nacional do Ministério Público, Oswaldo D'Albuquerque, determinou que a procuradora de Justiça Ana Tereza Abucater, do Ministério Público do Pará, apague publicações com conteúdo antidemocrático das redes sociais.
A procuradora defendeu as manifestações antidemocráticas que bloquearam rodovias do país e afirmou que o STF "não tem autoridade sobre a manifestação".
Ela também foi proibida de realizar novas postagens que "afrontem a lisura e confiabilidade do processo eleitoral ou a autoridade das decisões proferidas pelos poderes constituídos".
A decisão foi proferida depois que a vereadora de Belém e deputada estadual eleita Livia Duarte (PSOL) acionou o Ministério Público do Estado.
Sede de site de notícias é alvo de tiros após matéria sobre movimentos antidemocráticos
Um homem disparou pelo menos 19 tiros contra a sede do site de notícias Rondoniaovivo, em Porto Velho, em Rondônia, na madrugada do último sábado (12).
O diretor e fundador do Rondoniaovivo, Paulo Andreoli, afirmou que recebeu diversas ameaças de grupos bolsonaristas nos últimos dias, após a publicação de reportagens sobre os movimentos antidemocráticos.
"As ameaças estavam chegando de forma direta, e fomos avisados por alguns amigos que estão nesses grupos de organização dos protestos de extrema-direita. A gente sabia que ia acontecer algo contra a gente, mas não dessa forma", disse Andreoli ao UOL.
"Vamos reforçar a segurança, garantir nossa proteção e continuar. Já fizemos ocorrência policial. A gente já recebeu ameaças e já tivemos outros atentados, mas não como o da madrugada deste sábado", disse Andreoli.
Edição: Vivian Virissimo