O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Serguei Lavrov, declarou no último domingo (30) que a liderança russa mantém a disposição de estabelecer negociações com a Ucrânia. Anteriormente, no mesmo dia, o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, falou sobre as condições de segurança de Moscou para negociar com o presidente dos EUA, Joe Biden.
"A prontidão da Rússia, incluindo do seu presidente Putin, para negociações, permanece inalterada", disse Lavrov.
De acordo com o chefe da chancelaria, nos últimos seis meses houve várias iniciativas pedindo conversas telefônicas com o presidente da Federação Russa, inclusive dos EUA e de alguns ministros das Relações Exteriores.
"Sempre concordamos, estaremos sempre prontos para ouvir possíveis propostas para reduzir a tensão de nossos colegas ocidentais", disse Lavrov, observando que Moscou está sempre pronta para realizar conversações.
O ministro também afirmou que as propostas de diálogo devem basear-se nos princípios da igualdade e do respeito mútuo dos interesses. Nesse caso, "não depende de nós", disse Lavrov.
Enquanto isso, ao comentar a possibilidade de negociações sobre a Ucrânia, os EUA disseram que Kiev deveria tomar uma decisão sobre esta questão. O porta-voz do Conselho de Segurança Nacional dos EUA, John Kirby, disse que o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky deve determinar os termos para negociar com a Rússia.
O porta-voz do Kremlin, por sua vez, afirmou que os Estados Unidos devem ouvir as preocupações da Rússia sobre garantias de segurança e "voltar ao estado de dezembro-janeiro".
O conselheiro do chefe do Gabinete do presidente ucraniano, Mikhail Podolyak, no entanto, afirmou que a Rússia não tem mais lugar na "mesa de negociações com o mundo civilizado" e não existe mais a opção de "voltar para janeiro de 2022".
Já o Ministério das Relações Exteriores da Ucrânia disse que a única proposta realista para possíveis negociações com a Federação Russa deveria ser a cessação imediata da guerra contra a Ucrânia e a retirada das tropas russas das fronteiras ucranianas estabelecidas em 1991.
Edição: Thales Schmidt