Lideranças indígenas do Parque Indígena Xingu, em Mato Grosso, disseram que não conseguiram votar neste domingo (30), no segundo turno das eleições. A abstenção teria ocorrido porque o cartório eleitoral de Querência, o município mais próximo da região, não enviou transporte para buscar os 124 eleitores.
De acordo com o advogado da Associação Terra Indígena Xingu (ATIX), Ewésh Yawalapiti Waurá, um ofício foi enviado ao chefe de cartório da 53ª da Zona Eleitoral de Querência, Tiago Cunha, na última terça-feira (25), solicitando a garantia de transporte aos eleitores indígenas no segundo turno.
"Solicitamos que referido órgão garanta transporte coletivo aos eleitores indígenas que votam na circunscrição desse município, independentemente dos eventos diversos que possam vir", diz trecho do ofício enviado pela entidade indígena.
"A princípio estava previsto para liberar os ônibus ontem. Mas isso não aconteceu", afirmou Ewésh ao Brasil de Fato.
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O juiz auxiliar da presidência do Tribunal Regional Eleitoral de Mato Grosso (TRE-MT), Bruno Marques, afirmou que as chuvas teriam atrapalhado o transporte. "Por problemas de chuva que complicaram as estradas, os ônibus atrasaram, mas estão todos a caminho. Já estão chegando e as rotas estão sendo obedecidas. Há um total de 19 ônibus para a região de Querência, que atrasaram por questões climáticas e saíram hoje cedo com atraso, e com tratores para abrir a estrada se for preciso. Dois já estão chegando na aldeia Kalapalo", disse ao Globo.
Finalizado o horário da votação, no entanto, o cacique Siranium Karambi confirmou que os indígenas não conseguiram votar.
Edição: Nicolau Soares
