Jair Bolsonaro (PL), candidato à reeleição à presidência da República, inviabilizou a troca de ideias no primeiro bloco do debate da TV Globo, na noite desta sexta-feira (28). Nervoso, o atual mandatário tentou forçar a versão de que fortalecerá o salário-mínimo, contrariando a informação dada por seu ministro da Economia, Paulo Guedes, que previa a desindexação do benefício da inflação.
Durante sua fala, Bolsonaro informou que o salário-mínimo chegará a R$ 1.400 em seu governo, caso ganhe a eleição. A afirmação provocou reação de seu oponente, Luiz Inácio Lula da Silva (PT). "Nossa, mas você não reajustou em quatro anos acima da inflação. Fará agora?", perguntou o petista.
Bolsonaro, então, insistiu que manteria os direitos trabalhistas, inclusive o 13º salário e as férias. Lula reagiu. "Parece que meu adversário está descompensado. Porque ele é um samba de uma nota só. Tô dizendo que mentiroso é o presidente Bolsonaro que mentiu 6.498 vezes durante seu mandato e que só nos programas de televisão nós conseguimos 60 direitos de respostas das mentiras que ele conta. É isso."
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No dia 20 de outubro, o ministro Paulo Guedes afirmou que a desindexação do salário-mínimo estaria prevista na Proposta de Emenda Constitucional (PEC) que está sendo construída para garantir recursos ao pagamento do Auxílio Brasil, que o governo prevê que seja de R$ 400, no Orçamento enviado ao Congresso Nacional.
Após a repercussão ruim, que prejudicou a campanha de Bolsonaro, Guedes tentou recuar. "É claro que vai ter o aumento do salário mínimo e aposentadorias pelo menos igual à inflação, mas pode ser até que seja mais. Quando se fala em desindexar, as pessoas geralmente pensam que vai ser menos que a inflação, mas pode ser o contrário."
Edição: Thalita Pires