Além do parlamento mineiro e do Congresso Nacional, outra Casa que deverá passar por renovação no próximo ano é a Câmara Municipal de Belo Horizonte (CMBH). Ao todo, seis dos 41 vereadores foram eleitos para outros cargos e devem deixar o legislativo da capital mineira.
As vereadoras do campo progressista Macaé Evaristo (PT) e Bella Gonçalves (PSOL) conquistaram vagas na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) e devem assumi-las em janeiro de 2023.
Para ocupar o lugar de Macaé, será convocado o primeiro suplente do Partido dos Trabalhadores Bruno Pedralva. Médico de Família e Comunidade, o futuro vereador teve como lema de campanha “Para lutar e cuidar de BH” e obteve mais de 3,6 mil votos.
Bruno já foi diretor do Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Belo Horizonte (Sindibel) e membro da mesa diretora do Conselho Municipal de Saúde da capital mineira. Para o mandato, o médico afirma que irá apostar na defesa dos direitos dos trabalhadores.
“Nossa expectativa é construir um mandato coletivo e popular para defender a democracia, os direitos sociais, os serviços e os servidores públicos”, declarou Bruno Pedralva, ao Brasil de Fato MG.
No lugar de Bella Gonçalves, quem irá assumir é Cida Falabella, também do PSOL. Atriz e ativista cultural, a ex-vereadora ocupou uma vaga na CMBH entre 2017 e 2020 e, junto com Áurea Carolina, fundou a experiência da Gabinetona, forma coletiva de mandato.
Para os próximos dois anos, Cida aponta que, junto à companheira de legenda Iza Lourença (PSOL), enfrentará as políticas de Romeu Zema (Novo), reeleito para o governo de Minas, e colocar a cultura no centro do debate.
“Vamos potencializar as pautas da cultura, da educação e das mulheres. Vamos também lutar contra o ‘bolsonovismo’ e a retirada de direitos do governo Zema. Sempre na luta por democracia, representatividade e direitos humanos”, contou ao Brasil de Fato MG.
Bim da Ambulância (Avante) também foi eleito para o parlamento mineiro. Em seu lugar, quem deve assumir uma vaga no legislativo municipal é Maninho Félix, do PSD.
Para o Congresso Nacional, o bolsonarista Nikolas Ferreira (PL) foi eleito com a maior votação do país e dará lugar na Câmara a Uner Augusto (PRTB), advogado conservador e admirador de Olavo de Carvalho.
Quem também garantiu uma vaga em Brasília foi Nely Aquino (Podemos), atual presidenta da CMBH. No lugar da mulher, será convocada sua companheira de partido Loíde Gonçalves.
Ainda para a Câmara dos Deputados, Duda Salabert (PDT) foi eleita com mais de 200 mil votos. A pedetista será a primeira mulher trans a ocupar uma vaga na Casa por Minas Gerais e, junto com Erika Hilton (PSOL-SP), serão as primeiras do Brasil.
No lugar de Duda, será convocado Wagner Ferreira, do Sindicato dos Servidores da Justiça de 2ª Instância do Estado de Minas Gerais (Sinjus/MG). Candidato pelo PDT em 2020, o sindicalista obteve 3.128 votos.
Para os próximos dois anos, Wagner promete a construção de um mandato voltado para a população mais carente, no qual os sindicatos e organizações de trabalhadores terão espaço privilegiado.
“Se depender de nós, não teremos retrocessos na Câmara. Vamos lutar muito para defender a classe trabalhadora e estaremos atentos às demandas da população, como a questão do transporte público, do emprego e da assistência social. Temos muito trabalho para fazer e é isso que prometemos”, contou o sindicalista ao Brasil de Fato MG.
Além de Bella, Macaé, Duda, Nikolas, Nely e Bim da Ambulância, outros 19 vereadores da capital mineira disputaram eleições neste ano, mas não foram eleitos.
Fonte: BdF Minas Gerais
Edição: Larissa Costa