O advogado André Janones (Avante) recebeu segunda maior quantidade de votos dos mineiros, 230.108, com 95,72% da apuração concluída, e foi reeleito deputado federal no estado. No total, Minas Gerais elegeu 53 deputados federais.
O campeão de votos foi o bolsonarista Nikolas Ferreira (PL), que superou a marca dos 1,4 milhão de votos. Duda Salabert (PDT), Reginaldo Lopes (PT) e Rogério Correia (PT) completam o quadro dos cinco mais votados, todos com votação acima de 180 mil.
Janones decidiu concorrer à reeleição após desistir da candidatura à Presidência da República para declarar apoio ao ex-presidente Luíz Inácio Lula da Silva (PT), no início de agosto. Desde então, Janones passou a atuar de forma ativa na campanha do petista e angariou para si parte do eleitorado mineiro que votou em Lula. No estado, o ex-presidente teve 48% dos votos neste domingo (2), contra 43% de Jair Bolsonaro (PL).
O parlamentar ganhou destaque nacional, por meio das redes sociais, ao atuar como porta-voz de caminhoneiros autônomos que realizaram a greve da categoria em maio de 2018.
Naquele mesmo ano, candidatou-se à Câmara dos Deputados por Minas Gerais e foi eleito deputado federal com 178 mil votos: terceiro mais votado no estado, à frente de políticos tradicionais locais como Patrus Ananias (PT), Newton Cardoso Júnior (MDB) e Aécio Neves (PSDB).
Filiado ao PT entre 2003 e 2012, Janones deixou o partido por considerá-lo internamente antidemocrático. Em entrevista ao Brasil de Fato antes de desistir da candidatura à Presidência, Janones criticou o partido, mas já havia dito que apoiaria Lula em um segundo turno. O apoio veio antes.
“Eu entendo que o Lula deveria ter feito mais. Mas nada disso impede que amanhã eu esteja ao lado de Lula, de Ciro Gomes e Simone Tebet. Eu tenho críticas muito severas para fazer contra essas pessoas, mas tudo dentro de um campo político”, disse Janones.
Na mesma ocasião, o agora deputado reeleito disse que “Bolsonaro não está dentro do campo político. Estar contra o bolsonarismo hoje é uma questão de caráter. Mais do que é uma questão de caráter, é uma questão de humanidade".
"Quando você passa para o assunto Bolsonaro, eu não tenho como continuar falando de política. Bolsonaro não tem um projeto de política. Bolsonaro não tem um projeto para o país. Bolsonaro celebra a morte. Bolsonaro é alguém que atenta contra que eu tenho o direito de, por exemplo, de fazer severas críticas."
Edição: Rodrigo Durão Coelho