O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, assinou um decreto oficializando as decisões do Conselho de Segurança e Defesa Nacional do país em resposta à tentativa da Rússia de anexar territórios ucranianos. Em particular, o documento afirma "a impossibilidade de negociações com o presidente russo Vladimir Putin".
O decreto também aprova o apelo da Ucrânia pelo seu ingresso na Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) com um pedido de adesão à aliança de maneira acelerada. O decreto foi publicado no site do presidente da Ucrânia em 4 de outubro, mas datado de 30 de setembro.
O documento afirma que a Ucrânia não reconhece os documentos sobre a adesão dos territórios da Crimeia, das autoproclamadas Repúblicas Populares de Donetsk e Lugansk (DPR e LPR), bem como das regiões de Zaporozhye e Kherson, à Federação Russa.
"Reconhecer como nulos e sem efeito, ou seja, não dando origem a quaisquer consequências legais, os decretos do Presidente da Federação Russa", diz o decreto.
Além disso, de acordo com o documento, a Ucrânia não reconhecerá quaisquer outras decisões, atos e acordos concluídos com base ou em conexão com a implementação dos documentos designados.
Em 30 de setembro, foram assinados os acordos para "unir-se à Rússia" com as autoproclamadas Repúblicas Populares de Donetsk e Lugansk e as regiões ucranianas ocupadas de Zaporozhye e Kherson. No mesmo dia, as autoridades ucranianas solicitaram a adesão à Otan. Zelensky disse estar pronto para um diálogo com a Rússia, mas com outro presidente.
Mesmo antes da realização dos referendos sobre a adesão dos territórios ucranianos à Rússia, Zelensky havia dito que depois deles não haveria "nada para conversar" com Moscou. O presidente russo, Vladimir Putin, por sua vez, disse estar pronto para negociar - mas não discutirá a escolha dos moradores da região das novas regiões anexadas pela Rússia.
O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, durante uma coletiva de imprensa, comentou sobre a recusa de Zelensky em negociar com Putin da seguinte forma: "Vamos agora esperar ou uma mudança na posição do atual presidente, ou vamos esperar o futuro presidente da Ucrânia, que mudará suas posições no interesse do povo ucraniano".
Edição: Thales Schmidt